Dólar à vista renova máxima do ano e alcança R$ 5,74; veja os motivos
Em meio à crescente cautela dos investidores no exterior, o dólar à vista (USDBRL) renovou a máxima intradia do ano nesta quinta-feira (1º). A divisa norte-americana alcançou R$ 5,7430, com alta de 1,55%.
Esse também é o maior nível intradiário desde dezembro de 2021.
O desempenho da moeda norte-americana acompanha o exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, opera em alta de 0,27%.
O maior patamar do dólar no ano tinha sido registrado em 2 de julho, quando atingiu R$ 5,7009. No dia, o avanço foi uma reação às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que renovaram as preocupações com o cenário fiscal doméstico em meio à críticas à postura do Banco Central.
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O que mexe com o dólar hoje?
A forte alta deve-se ao aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, após a notícia de que o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto no Irã — o que leva a busca maior por proteção no dólar — considerado um dos ativos de proteção a cenários de incerteza.
A valorização da moeda norte-americana, por sua vez, pressiona os preços das commodities — o que impacta os países exportadores, como o Brasil.
Além disso, novos dados nos Estados Unidos abaixo do esperado sugerem desaceleração da maior economia do mundo. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do país caiu de 48,5 em junho para 46,8 em julho, segundo o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). A expectativa era de avanço a 48,9.
A queda abaixo de 50 indica que o setor se manteve em terreno contracionista.
Outro fator para a força do dólar ante o real é a percepção entre os investidores de que o BC, por enquanto, não fará intervenções no mercado. A autoridade monetária tem repetido que eventuais intervenções serão feitas apenas em caso de disfuncionalidade do mercado — e não por conta do nível do câmbio.
Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que, com o dólar próximo dos R$ 5,70, ordens de stop loss (parada de perdas) foram disparadas, amplificando o movimento no câmbio.
No mercado de renda fixa, a curva de juros apresentava um movimento de inclinação: as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de curto prazo cediam, enquanto as longas subiam. O movimento também era motivado pela leitura de que o Copom não demonstrou intenção de elevar a Selic no curto prazo.
*Com informações de Reuters