Dólar à vista volta a subir mesmo com inflação nos EUA em linha com o esperado e fecha a R$ 5,46
Depois de seis quedas conseutivas, o dólar voltou a ganhar força ante o real — e divisas globais. Nesta quarta-feira (14), o dólar à vista (USDBRL) fechou a R$ 5,4693, com alta de 0,36%.
Instantes antes da divulgação do dado de inflação dos Estados Unidos, o dólar registrou mínima intradia a R$ 5,4292 (-0,37%).
No exterior, o dólar também ganhou força. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, ficou próximo da estabilidade com leve alta de 0,14%.
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O que mexeu com o dólar hoje?
No exterior e no Brasil, o dólar ficou volátil ao longo do dia, mas firmou alta após seis quedas consecutivas. Hoje, a moeda repercutiu com novos indicadores econômicos dos EUA.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,2% em julho ante junho, como o previsto. Na comparação anual, a inflação subiu 2,9% e ficou levemente abaixo das expectativas de 3%. A taxa anual é a mais baixa desde março de 2021.
Excluindo alimentos e energia, o núcleo do CPI apresentou um aumento mensal de 0,2% e uma taxa anual de 3,2% — a mais baixa desde abril de 2021. Os dados também ficaram em linha com o esperado.
Embora o CPI não seja o dado de referência do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) para a inflação, o indicador é usado pelo mercado para calibrar as expectativas dos investidores sobre a trajetória dos juros da maior economia do mundo.
Ontem (13), o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) avançou 0,1% em julho, na comparação mensal, segundo o Departamento do Trabalho do país. O dado ficou abaixo das estimativas do mercado, que projetava alta de 0,2% no mês. Na base anual, a inflação ao produtor avançou 2,2% em julho, também levemente abaixo do consenso de +2,3%.
Com os dados, o mercado consolidou as apostas de corte nos juros pelo Fed na reunião de setembro.
Hoje, a probabilidade de corte de 25 pontos-base, o que levaria os juros dos Estados Unidos (Fed Funds) a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, é de 64,5%, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Ontem (13), as chances eram de 47%.
Já as apostas de redução de 0,50 ponto percentual, trazendo o Fed Funds a 4,75% a 5,00% ao ano, caíram de 53% (ontem) para 35,5% (hoje).
Vale lembrar que, quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar. Isso porque a moeda se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.