Dólar

Dólar à vista fecha no maior nível em mais de dois anos e meio, a R$ 5,73

01 ago 2024, 17:03 - atualizado em 01 ago 2024, 17:06
Dólar, Mercados, Economia, Federal Reserve, CPI, EUA
No exterior, o dólar perdeu força após a inflação dos Estados Unidos e registrou mínima a R$ 5,6170.  (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

Nesta quinta-feira (1º), o dólar à vista (USDBRL) fechou a R$ 5,7350, com alta de 1,41%. Esse é o maior patamar desde 21 dezembro de 2021, quando a moeda encerrou as negociações cotada a R$ 5,7380.



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Durante a sessão, a divisa norte-americana renovou a máxima intradia do ano ao atingir R$ 5,7430 (+1,55%). O maior patamar do dólar no ano tinha sido registrado em 2 de julho, quando atingiu R$ 5,7009. No dia em questão, o avanço foi uma reação às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que renovaram as preocupações com o cenário fiscal doméstico em meio à críticas à postura do Banco Central.

O desempenho da moeda norte-americana acompanhou o exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, opera em alta de 0,27%.

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O que mexe com o dólar hoje?

Nem mesmo a manutenção da taxa básica dos juros no Brasil — com a Selic em 10,50% ao ano — e nos Estados Unidos, acompanhado da sinalização de início do afrouxamento monetário a partir de setembro, aliviaram a pressão no câmbio.

Em primeiro lugar, o mercado doméstico esperava uma eventual sinalização de alta nos juros adiante, em meio à desancoragem da expectativas de inflação e pressão no câmbio, no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) — o que não aconteceu.

“Se o juro não sobe, o que tem que subir é o dólar, então os operadoras estão reestruturando suas posições e isso acaba impactando no dólar como proteção em um cenário que o BC está bem resistente em subir juros”, afirma Beto Saadi, diretor de investimentos da Nomos.

Outro fator para a força do dólar ante o real é a percepção entre os investidores de que o Banco Central, por enquanto, não fará intervenções no mercado. A autoridade monetária tem repetido que eventuais intervenções serão feitas apenas em caso de disfuncionalidade do mercado — e não por conta do nível do câmbio.

Mas foi o exterior que pesou hoje. O aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, após a notícia de que o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto no Irã — o que leva a busca maior por proteção no dólar — considerado um dos ativos de proteção a cenários de incerteza.

Além disso, novos dados nos Estados Unidos abaixo do esperado sugerem desaceleração da maior economia do mundo. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do país caiu de 48,5 em junho para 46,8 em julho, segundo o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). A expectativa era de avanço a 48,9.

Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que, com o dólar próximo dos R$ 5,70, ordens de stop loss (parada de perdas) foram disparadas, amplificando o movimento no câmbio — o que pressiona o mercado à vista (spot).

*Com informações de Reuters 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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