Dólar à vista fecha em queda de 0,84%, a R$ 5,2236
O dólar (USDBLR) fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, mais do que devolvendo a alta do pregão anterior, com investidores atentos às movimentações nos mercados de moedas no exterior antes da divulgação na terça de dados de inflação nos EUA, enquanto no plano doméstico o noticiário político seguiu sob os holofotes.
O dólar à vista caiu 0,84%, a 5,2236 reais. A moeda variou de 5,2661 reais (-0,03%) a 5,2016 reais (-1,26%).
Na sexta, a cotação havia subido 0,77%, para 5,2679 reais, com o mercado assumindo posição mais defensiva para o caso da publicação de novas manchetes negativas na seara política ao longo do fim de semana.
No entanto, no sábado o presidente Jair Bolsonaro manteve o tom mais baixo ao dizer que os Três Poderes da República precisam ser respeitados, enquanto as manifestações contra o chefe do Executivo ocorridas no domingo aparentemente não assustaram o governo.
Com isso, investidores devolveram o prêmio de risco acumulado na sexta e colocaram o dólar em patamar mais baixo.
De toda forma, o clima segue instável, enquanto bancos estrangeiros mantêm tom mais negativo em relação à taxa de câmbio brasileira, em meio ao conflito político interno.
O Goldman Sachs (GS) excluiu o real de uma lista de moedas em que os rendimentos mais atrativos podem beneficiá-las de maneira mais decisiva.
Rublo russo, rupia indiana e peso mexicano são favoritos.
“Por outro lado, ficamos menos construtivos com o real. Seu elevado beta cíclico deve se mostrar menos favorável em uma recuperação (econômica) mais contida, e a volatilidade tende a aumentar à medida que nos encaminhamos para um ano eleitoral”, disseram estrategistas do banco em nota.
No documento, eles passaram a ver dólar mais alto em três meses (5,10 reais), seis meses (5,00 reais) e 12 meses (4,95 reais).
Antes, as projeções estavam em 4,70 reais, 4,65 reais e 4,60 reais, respectivamente.
Sobre atividade econômica mais fraca, o JPMorgan piorou sua perspectiva para o crescimento da economia brasileira neste ano e no próximo e agora vê expansão em 2022 de apenas 0,9%.
O Morgan Stanley (MS) avaliou que o real continua sendo a moeda preferida para venda dentro de seu portfólio de divisas emergentes.
“A elevada inflação continua sendo um obstáculo para o ‘carry’ (retorno em taxa de juros oferecido pelos investimentos na moeda brasileira), conforme os juros reais seguem em patamares muito baixos”, disseram estrategistas do banco em relatório, no qual citam que o real é a terceira moeda mais cara no universo emergente.
Sinal da aversão de investidores estrangeiros à volatilidade da moeda brasileira, especuladores venderam contratos de real na Bolsa Mercantil de Chicago no ritmo mais forte em sete meses na semana finda no tão falado 7 de setembro, com a aposta favorável à moeda brasileira caindo ao menor patamar em três meses.
Na terça, o mercado se volta para dados de inflação ao consumidor nos EUA referentes a agosto, em busca de pistas sobre quando o banco central norte-americano pode anunciar um cronograma de corte de estímulos.
O índice do dólar no exterior rondava estabilidade no fim desta tarde.