Dólar fecha em leve queda após quatro altas seguidas
O dólar (USDBLR) fechou em leve queda nesta quinta-feira, com o real beneficiando de um dia de recuperação das commodities e de um rali de ativos de risco no exterior, apesar de números mais fracos da economia brasileira divulgados na sessão em que a PEC dos Precatórios foi aprovada pelo Senado.
A moeda norte-americana foi às mínimas do dia à medida que aumentava a expectativa de aprovação do projeto na Casa, o que ocorreu por volta de 14h30 (de Brasília).
O texto modifica as regras de quitação dessas dívidas do governo e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA, o que foi visto como uma vitória para o governo, apesar do imbróglio anterior.
O texto terá de voltar à Câmara dos Deputados.
O dólar, posteriormente, reduziu as perdas.
“Acho que no fim das contas a aprovação da PEC estava no radar do mercado”, disse Tulio Portella, diretor comercial da B&T Câmbio, que chamou atenção para a queda moderada do dólar nesta sessão depois de quatro dias seguidos de ganhos.
“O cenário é ainda de dólar forte, temos na pauta a pandemia, ano que vem tem eleição… As estimativas estão mais próximas de 6 reais do que de 5 reais”, completou.
O dólar à vista caiu 0,21%, a 5,6594 reais, depois de oscilar entre 5,6797 reais (+0,15%) e 5,6143 reais (-1,00%). Nas quatro sessões anteriores em que subiu a cotação havia acumulado ganho de 1,90%.
O pico intradiário do dólar foi batido pouco depois do começo dos negócios, quando o mercado ainda analisava dados do PIB brasileiro referentes ao terceiro trimestre, que mostraram o país novamente entrando em recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração da atividade).
“A confirmação da recessão reduz as chances de uma aceleração no ritmo de ajuste da Selic no encontro do Copom de dezembro e reforça nossa expectativa de desaceleração na velocidade de altas nas reuniões subsequentes”, disse em relatório David Beker, chefe de economia no Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America.
Juros mais altos encareceriam o custo de apostas na alta do dólar contra o real, movimento que tenderia a beneficiar a moeda brasileira.
No exterior, moedas correlacionadas a matérias-primas, como dólar canadense, peso mexicano, peso colombiano e peso chileno, apreciavam, enquanto um índice de commodities subia 0,5%.
Os índices de ações nos Estados Unidos saltavam até 2%, com o mercado voltando a procurar ativos de risco após temor recente sobre a nova variante da Covid-19.