Dólar à vista fecha em baixa de 0,47%, a R$ 4,9714 na venda
Após duas sessões de ganhos, o dólar à vista fechou esta segunda-feira em baixa ante o real, com um fluxo de entrada da moeda norte-americana mantendo as cotações abaixo dos 5 reais, na contramão do exterior, onde a divisa dos Estados Unidos subia.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9714 reais na venda, com baixa de 0,47%.
Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,59%, a 4,9800 reais.
No exterior, o viés era de alta para o dólar ante outras divisas, com investidores reagindo ao impasse nas negociações sobre o limite da dívida dos EUA e a declarações de um integrante do Federal Reserve sobre juros.
No fim de semana, o presidente dos EUA, Joe Biden, classificou como “inaceitáveis” as últimas ofertas dos republicanos para elevar o teto da dívida do governo, mas disse que está disposto a cortar gastos e a realizar ajustes fiscais de modo a alcançar um consenso.
Já o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, afirmou que o banco central norte-americano pode precisar elevar em meio ponto percentual sua taxa básica ainda este ano, por conta da inflação.
Esses fatores faziam o dólar avançar ante uma cesta de moedas e divisas como o peso mexicano e a lira turca, mas a moeda norte-americana se manteve em baixa ante o real durante praticamente todo o dia.
Às 9h14, o dólar marcou a cotação máxima da sessão no Brasil, de 5,0069 reais (+0,24%). Dois profissionais ouvidos pela Reuters citaram que, próximo deste ponto, exportadores aproveitaram para vender a moeda norte-americana.
“Perto dos 5,00 reais, tinha bastante exportador vendendo (moeda), tanto no pronto (mercado à vista) quanto em operações de futuro. Em função disso, o dólar descolou um pouco do exterior”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.
À tarde, o dólar aprofundou as perdas ante o real e chegou a marcar a mínima de 4,9537 (-0,82%) às 14h53. Depois, encerrou a sessão em patamar um pouco mais alto, mas ainda no negativo.
Um profissional ouvido pela Reuters afirmou que o otimismo em torno do andamento do novo arcabouço fiscal no Congresso contribuiu, em parte, para a queda do dólar no Brasil.
Pela manhã, outro profissional avaliou que a expectativa de manutenção da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano, em patamares ainda elevados no curto prazo continuava beneficiando o real em relação ao dólar.
Esta leitura ocorria a despeito de, no relatório de mercado Focus, a mediana da inflação para 2023 ter ido de 6,03% para 5,80%; no caso de 2024, de 4,15% para 4,13%.
Em evento nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que tem observado uma desaceleração grande na inflação brasileira, mas que o núcleo dos preços ainda segue muito alto e as expectativas de elevação dos preços permanecem elevadas.
No exterior, no fim da tarde, o dólar se mantinha em alta ante uma cesta de moedas, apesar de ter sinais mistos em relação a outras divisas.
Às 17:16 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,19%, a 103,240.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho.