Mercados

Dólar abandona queda e fecha em alta mesmo com nova atuação do Banco Central

14 out 2021, 17:50 - atualizado em 14 out 2021, 18:07
A moeda oscilou de R$ 5,46, a R$ 5,53 reais (Imagem: Unsplash/Alexander Schimmeck)

O dólar (USDBLR) fechou em leve alta frente ao real nesta quinta-feira, depois de recuar mais cedo em reação a mais uma oferta de liquidez pelo Banco Central, com o mercado ainda avaliando a disposição da autoridade monetária de seguir ativo no mercado de câmbio.

O dólar à vista subiu 0,14%, a 5,5158 reais na venda.

A moeda oscilou de 5,4680 reais (-0,73%) a 5,5315 reais (+0,43%).

As divisas emergentes rondavam estabilidade, mesmo comportamento de um índice do dólar frente a rivais de países ricos.

A moeda brasileira pareceu sentir um posicionamento mais negativo de investidores em relação à América Latina, cujas divisas eram maioria na curta de lista de perdedoras ante o dólar na sessão.

Analistas têm destacado os impasses relacionados ao aumento global da inflação, problema que na América Latina historicamente é mais agudo.

A inflação no Brasil em 12 meses já está acima de 10%; na véspera, o banco central do Chile fez um expressivo aperto monetário para conter pressões sobre os preços; e na Argentina a inflação anual já está em 52,5%.

De forma geral, a alta da inflação exige uma depreciação nominal da taxa de câmbio para que a taxa real se mantenha mais alinhada aos níveis de risco percebidos pelo mercado no momento.

Aqui, investidores seguiram tentando extrair indicações a partir dos dois leilões extraordinários de swaps cambiais tradicionais realizados pelo Banco Central desde a quarta, operações que, somadas, irrigaram o mercado com 2 bilhões de dólares.

A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos​ do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária não mudou sua forma de atuar no mercado de câmbio e que nunca mira níveis para a taxa de câmbio.

“No contexto atual, tudo leva a crer que eles deveriam ser mais atuantes. Tem problemas fiscais ainda a serem resolvidos, o risco de maior fluxo de dividendos por causa da PEC…”, disse Daniel Tatsumi, gestor de moedas da ACE Capital, avaliando que as intervenções parecem inclinadas a instrumentos derivativos, uma vez que o fluxo de moeda física está positivo no ano.

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