Mercados

Dólar reduz alta com exterior melhor e apostas em juro mais alto no Brasil

08 fev 2022, 17:14 - atualizado em 08 fev 2022, 18:07
Dólar
O dólar à vista terminou em leve alta de 0,12%, a 5,2604 reais (Imagem: Foto/Hafidz Mubarak/via Reuters)

O dólar (UDSBLR) até fechou em alta nesta terça-feira, mas chegou ao fim da sessão em tom mais fraco e longe das máximas do dia, com operadores reduzindo a demanda pela moeda norte-americana na esteira da melhora de sentimento externo e após interpretações de que os juros no Brasil poderão subir ainda mais, provendo assim um escudo mais forte para a taxa de câmbio.

O dólar à vista terminou em leve alta de 0,12%, a 5,2604 reais.

Ficou, assim, distante do pico intradiário, quando bateu 5,291 reais (+0,70%). Na mínima, a cotação registrou variação negativa de 0,05%, a 5,2514 reais.

Uma cesta de moedas emergentes chegou ao fim da tarde em ligeiro ganho de 0,05%, após cair quase 0,2% na mínima de mais cedo.

Outra evidência do clima melhor entre os investidores, as bolsas de valores de Nova York tinham firmes altas, tomando fôlego em relação a mais cedo.

O foco dos mercados está em dados de inflação nos EUA a serem divulgados nesta semana, mas enquanto isso o “trade” positivo com emergentes prossegue, a despeito das incertezas sobre as altas de juros em países desenvolvidos que poderiam reduzir a atratividade de moedas como o real.

Nesse sentido, o câmbio encontrou algum suporte no entendimento de operadores, baseado na ata do Copom, de que o Banco Central poderia elevar mais os juros no Brasil, possivelmente acima de 12%, ante os atuais 10,75%.

O juro implícito em contratos a termo de real para um ano subiu a 11,7% anuais nesta terça, contra mínima recente de 11,36%.

“Os ativos locais, em especial o real, têm apresentado desempenho absoluto e relativo bastante positivo neste começo de ano. Acredito que o diferencial de juros, a atratividade de nossa bolsa e, consequentemente, os fluxos, estão favorecendo este movimento”, comentou Dan Kawa, diretor de investimentos e sócio da TAG Investimentos, que, contudo, levanta dúvidas sobre a sustentabilidade dessa dinâmica.

“Tenho enorme dificuldades em acreditar que este movimento será estrutural. Não sei dizer ao certo até onde o movimento irá, mas acredito que será mais pontual do que permanente”, completou.

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