Dólar à vista interrompe sequência de altas e fecha a R$ 5,61 com nova intervenção do Banco Central
O dólar à vista (USDBRL) interrompeu a sequência de ganhos e iniciou setembro em queda.
Na comparação com o real, moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6148 (-0,36%).
O desempenho do dólar acompanhou o exterior, em dia de liquidez reduzida com a ausência de negociações nos Estados Unidos. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com leve queda de 0,05%.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A alta do dólar foi interrompida por um novo leilão extraordinário do Banco Central, em um dia de liquidez reduzida pela ausência das bolsas de Nova York.
Hoje, a autoridade monetária vendeu 14.700 contratos de swap cambial, o que representa US$ 735 milhões.
Essa intervenção tem efeito equivalente à negociação de dólares no mercado futuro — o segmento mais líquido no Brasil e, no limite, o que determina as cotações no mercado à vista.
Na prática, a oferta de contratos hoje representa a segunda tentativa do BC de completar a venda dos 30.000 contratos ofertados originalmente.
Na última sexta-feira (30), o BC vendeu 15.300 contratos de swap cambial tradicional (US$ 765 milhões), de um total de 30.000 contratos (US$ 1,5 bilhão de dólares) ofertados em operação extra realizada no mercado de câmbio.
No mesmo dia, o BC vendeu 1,5 bilhão de dólares em leilão no mercado à vista na primeira hora de negociações.
Vale lembrar que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária pode fazer mais intervenções no câmbio, caso necessário, em evento na semana passada.
Ao todo, a autoridade monetária já interviu quatro vezes desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.
Semana que promete
Ao longo da semana, a moeda norte-americana ficará mais suscetível a dados econômicos dos Estados Unidos.
É esperada a divulgação do relatório de emprego do país, o payroll, na próxima sexta-feira (6). Segundo analistas consultados pela Reuters, o relatório deve apontar a criação de 165.000 postos de trabalho, ante 114.000 no mês anterior.
Vale ressaltar que o relatório de emprego de julho, que veio com números bem abaixo do esperado, fomentou temores de uma recessão na maior economia do mundo no início de agosto, o que, somado ao aumento de juros pelo Banco do Japão, causou perdas enormes nos mercados globais.
O apetite por risco tem melhorado desde então, com os preços de ativos se recuperando nas últimas semanas. Grande parte das atenções continuam voltadas para a próxima reunião do Federal Reserve, em que se espera o início de um ciclo de afrouxamento monetário.
Operadores veem 69% de chances de uma redução de 25 pontos-base nos juros do Fed, o que levaria a taxa ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano. Já um corte de 50 pontos detém cerca de 31% das apostas.
*Com informações de Reuters