Dólar

Dólar à vista interrompe sequência de altas e fecha a R$ 5,61 com nova intervenção do Banco Central

02 set 2024, 17:02 - atualizado em 02 set 2024, 17:10
dolar - real
A sequência de cinco altas consecutivas do dólar foi interrompida por uma nova intervenção no câmbio pelo Banco Central em dia de mercados fechados nos Estados Unidos.

O dólar à vista (USDBRL) interrompeu a sequência de ganhos e iniciou setembro em queda.

Na comparação com o real, moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6148 (-0,36%).



O desempenho do dólar acompanhou o exterior, em dia de liquidez reduzida com a ausência de negociações nos Estados Unidos. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com leve queda de 0,05%.

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O que mexeu com o dólar hoje?

A alta do dólar foi interrompida por um novo leilão extraordinário do Banco Central, em um dia de liquidez reduzida pela ausência das bolsas de Nova York.

Hoje, a autoridade monetária vendeu 14.700 contratos de swap cambial, o que representa US$ 735 milhões.

Essa intervenção tem efeito equivalente à negociação de dólares no mercado futuro — o segmento mais líquido no Brasil e, no limite, o que determina as cotações no mercado à vista.

Na prática, a oferta de contratos hoje representa a segunda tentativa do BC de completar a venda dos 30.000 contratos ofertados originalmente.

Na última sexta-feira (30), o BC vendeu 15.300 contratos de swap cambial tradicional (US$ 765 milhões), de um total de 30.000 contratos (US$ 1,5 bilhão de dólares) ofertados em operação extra realizada no mercado de câmbio.

No mesmo dia, o BC vendeu 1,5 bilhão de dólares em leilão no mercado à vista na primeira hora de negociações.

Vale lembrar que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária pode fazer mais intervenções no câmbio, caso necessário, em evento na semana passada.

Ao todo, a autoridade monetária já interviu quatro vezes desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.

Semana que promete

Ao longo da semana, a moeda norte-americana ficará mais suscetível a dados econômicos dos Estados Unidos.

É esperada a divulgação do relatório de emprego do país, o payroll, na próxima sexta-feira (6). Segundo analistas consultados pela Reuters, o relatório deve apontar a criação de 165.000 postos de trabalho, ante 114.000 no mês anterior.

Vale ressaltar que o relatório de emprego de julho, que veio com números bem abaixo do esperado, fomentou temores de uma recessão na maior economia do mundo no início de agosto, o que, somado ao aumento de juros pelo Banco do Japão, causou perdas enormes nos mercados globais.

O apetite por risco tem melhorado desde então, com os preços de ativos se recuperando nas últimas semanas. Grande parte das atenções continuam voltadas para a próxima reunião do Federal Reserve, em que se espera o início de um ciclo de afrouxamento monetário.

Operadores veem 69% de chances de uma redução de 25 pontos-base nos juros do Fed, o que levaria a taxa ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano. Já um corte de 50 pontos detém cerca de 31% das apostas.

*Com informações de Reuters

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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