Economia

Dólar a R$ 6 será o normal de 2022, avalia Capital Economics

09 dez 2021, 15:23 - atualizado em 09 dez 2021, 15:23
Dólar, real
Apesar de muitas incertezas já estarem precificadas, é improvável que a moeda brasileira se valorize durante o período eleitoral (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A força de curto prazo do real em relação ao dólar na quarta-feira (8), como resposta ao aumento da Selic em 1,5 ponto percentual a 9,25% ao ano, terá vida curta e é só um sopro para a moeda brasileira.

Em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (9) e obtido pelo Money Times, a consultoria Capital Economics projeta que, na verdade, o dólar ficará mais perto de R$ 6 durante o ano que vem por alguns motivos:

1 º – As preocupações com os níveis de dívida do Brasil se aprofundaram nos últimos meses, o que contribuiu para um aumento nos prêmios de risco. (veja a mudança a partir de julho no gráfico)

Fonte: Capital Economics

2º –  A posição do Brasil como um grande exportador de minério de ferro significa que a sorte do real está intimamente ligada ao setor de construção da China, que consome uma grande proporção do minério de ferro mundial. E os problemas por lá são uma preocupação a mais.

3 º – Embora o Banco Central tenha aumentado as taxas mais do que qualquer outro grande BC, a taxa de juros real, ajustada pela inflação, permanece negativa devido aos altos níveis de inflação.

4º – Com Bolsonaro atrás nas pesquisas, é improvável que o governo promova a austeridade fiscal necessária para melhorar a situação da dívida do país. Além disso, também há poucos sinais de que a austeridade seja uma prioridade para o outro candidato principal na eleição do próximo ano (o ex-presidente Lula).

“No geral, embora haja sinais de que muitas das más notícias já foram descontadas – as expectativas para os prêmios de risco já são muito altos – e que alguns dos ventos contrários dos últimos 6 meses estão se tornando menos severos, duvidamos que uma recuperação sustentada do real se dará durante a corrida para a eleição”, aponta o economista Joseph Marlow.