Dólar a R$ 5,25: Patamar é o novo normal da moeda americana?
O dólar atingiu máxima em 15 meses, sendo negociado a R$ 5,30, nesta quarta (5). Hoje, a moeda americana fechou em baixa de 0,90% ante o real, a R$ 5,2492 na venda. Porém, os brasileiros devem se acostumar com este novo patamar?
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De acordo com, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a valorização reflete a redução na taxa de juros no Canadá e Europa. “O investidor acaba comprando menos títulos europeus [e canadenses] e mais título americano. Então, a lei da oferta e da procura acaba valorizando o dólar no mundo todo”, afirmou.
Além disso, o ruído fiscal que o Brasil tem tido nos últimos dias também ajuda este cenário, levando o dólar a um novo patamar que não se encontrava nos últimos 15 meses.
Apesar disso, Eyng acredita que este patamar não deve ir além do que já chegou. “Hoje o dólar já caiu e fez preço do que deveria ser feito para essa semana”, destacou.
Gatilhos que o investidor deve ficar atento
Já para Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus, os investidores devem se manter atentos a alguns gatilhos relacionados à valorização do dólar.
“Primeiramente, sem dúvida nenhuma, o mercado vai continuar olhando para a questão fiscal, vai ficar de olho se existe alguma possibilidade do governo conseguir chegar na questão do déficit zero, o que é bem pouco provável”, afirmou.
Laatus explica que, dependendo do tamanho do déficit, isso pode estressar mais ainda o cenário, afastar o investidor e gerar mais fuga de capital, pressionando o dólar para cima.
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Além disso, o mercado também ficará de olho em como o Banco Central levará a política monetária daqui até o final do ano. O estrategista ressalta que o segundo semestre estará “meio morto” politicamente, devido às eleições municipais.
Dessa forma, “externamente o mercado vai continuar olhando para questões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central Europeu“.
Apesar do corte na taxa de juros, o Banco Central Europeu não deu direcionamento ao mercado sobre o futuro destes cortes. Enquanto isso, o mercado ainda espera os cortes nos Estados Unidos, que tem previsão para o segundo semestre do ano.
De acordo com Laatus, o dólar deve ficar por volta dos R$ 5,20 até o final do ano.
“O Banco Central pode intervir no mercado para dar uma controlada nisso, o próprio governo vai buscar também não deixar o mercado tão estressado em cima disso, apesar de ter pouca força para conseguir”, finalizou.