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Dólar cai mais de 2% e fecha a R$ R$ 5,84 com ‘alívio’ das tarifas de Trump

09 abr 2025, 17:08 - atualizado em 09 abr 2025, 17:12
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O dólar à vista encostou em R$ 6,10 durante a sessão, mas perdeu força após Trump anunciar a pausa temporária nas tarifas (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O dólar interrompeu a sequência de ganhos ante o real com novos desdobramentos da política tarifária dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (9), dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8473, com queda de 2,51%, no menor nível desde 10 de março. Durante a sessão, a divisa atingiu R$ 6,0967.



O movimento destoou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,21%, aos 104.168 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

Nas primeiras horas do pregão, o dólar estendeu os ganhos ante o real e encostou em R$ 6,10, em meio à escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e China e forte quedas das commodities.

A segunda maior economia do mundo voltou a retaliar a política tarifária dos Estados Unidos e anunciou a sobretaxa de 84% sobre os produtos norte-americanos. A medida foi uma resposta à elevação da tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses imposta pela Casa Branca a partir desta quarta-feira (9) — com isso, os EUA passaram a taxar os produtos da China em 104%.

Mas, no início da tarde, o dólar despencou ante as moedas emergentes. O motivo: o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma pausa temporária nas tarifas de importação a, pelo menos, 75 dos países listados no ‘plano tarifário’ de 180 países.

Na rede social Truth, o chefe da Casa Branca anunciou a suspensão das taxas adicionais por 90 dias. As taxas recíprocas para os países “selecionados” também foram reduzidas a 10% durante o período — como o Japão, que tinha uma taxa recíproca de 24%.

O recuo de Trump acontece no mesmo dia em queda as tarifas recíprocas entraram em vigor, direcionadas a países em queda os EUA têm déficits comerciais.

Apesar do alívio temporário, Trump elevou as tarifas contra os produtos chineses pelo segundo dia consecutivo. A partir de agora, as mercadorias e bens da China estarão sujeitos a uma taxa de 125% ao chegar em solo norte-americano. 

O presidente dos EUA também afirmou, no final da tarde, que espera um acordo com Xi Jinping. Segundo ele, o governo chinês está disposto a negociar as sobretaxas, mas “ainda não sabem como começar” as conversas.

Relembrando: há uma semana, o Trump anunciou o ‘plano tarifário’ sobre produtos de mais de 180 países, no chamado ‘Dia da Libertação’ (2 de abril). Além das taxas recíprocas, iniciadas hoje (9), a medida previa uma taxa universal de 10% sobre todas as importações no território norte-americano, que tinha começado a valer no último sábado (5).

Com o alívio tarifário, as commodities voltaram a operar no território positivo, impulsionando as moedas emergentes como o real. O contrato mais negociado do petróleo Brent, para junho, fechou com alta de 4,23%, a US$ 65,48 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

Em linhas gerais, países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, são impactados positivamente através do aumento dos preços das matérias-primas.

A ata da mais recente reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ficou em segundo plano, sem repercussão no mercado de câmbio.

O que mexeu com o dólar no Brasil

No cenário doméstico, os agentes financeiros repercutiram novos dados macroeconômicos. Entre eles, as vendas do setor varejista voltaram a registrar leve aumento em fevereiro.

As vendas cresceram 0,5% no mês ante janeiro, segundo dados com ajuste sazonal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado levou o setor ao maior nível da série histórica iniciada em janeiro de 2000, superando em 0,3% o nível recorde anterior, de outubro de 2024.

Na comparação com janeiro de 2024, houve aumento de 1,5% nas vendas.

Ao longo da semana, os investidores concentram as atenções na divulgação de novos indicadores econômicos, entre eles, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), de fevereiro.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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