Dólar: 4 fatores que fazem lua de mel do mercado com Lula voltar e moeda cair
O dólar à vista opera em queda frente ao real nesta quinta-feira (22) e flerta com o nível de R$ 5,15, patamar visto pela última vez após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República.
Por volta das 13h50 (de Brasília), a moeda norte-americana recuava 0,7%, cotada a R$ 5,16 para venda. Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,3%, aos 104,4 pontos.
Pacotão Lula alivia dólar
Após quase dois meses de debate, a PEC da Transição foi votada ontem no Senado. “No fim das contas, ao remover o Bolsa Família do teto de gastos e permitir a expansão de R$ 23 bilhões para investimentos, o governo do PT terá a possibilidade de gastar quase que a totalidade de recursos como bem entender em 2023, e a nova âncora, muito provavelmente, no mínimo, chancelará o dispêndio”, comenta o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Hoje, Lula voltou aos holofotes para anunciar mais 16 nomes que ocuparão Ministérios em seu terceiro governo – entre eles, o ex-governador do Piauí, Wellington Dias, que assumirá a pasta do Desenvolvimento Social, que cuidará do Bolsa Família, e o de Geraldo Alckmin. O vice-presidente da República será ministro da Indústria e do Comércio.
Banco Central faz leilão de linha
Quem também voltou hoje foi o leilão do Banco Central. A autoridade monetária realizou pela manhã um leilão de venda conjugado com leilão de compra de dólares, conhecido como leilão de linha, no qual movimentou R$ 2 bilhões.
A operação também corrobora para a queda da moeda, diz o diretor de câmbio de uma corretora local. O gerente da mesa de câmbio da StoneX, Marcio Riauba, reforça que esses assuntos fazem o real ter um bom desempenho em relação aos seus pares. Mas fatores externos corroboram para o recuo da moeda americana no mercado doméstico.
Exterior digere PIB dos Estados Unidos
Lá fora, o Dollar Index sobe com investidores digerindo o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que ficou acima do esperado pelo mercado.
O indicador aumentou a uma taxa anualizada de 3,2% no último trimestre, sendo revisado para cima em relação ao ritmo de 2,9% reportado no mês passado. A economia havia contraído a uma taxa de 0,6% no segundo trimestre.
Para o quarto e último trimestre, espera-se um crescimento de 2,7% da economia americana.