Dólar

Dólar volta a perder força e fecha a R$ 5,70 com commodities e dados mais fracos dos EUA

25 mar 2025, 17:03 - atualizado em 25 mar 2025, 17:23
dólar (1) banco central leilões
O dólar à vista perdeu força ante o real e retornou ao nível abaixo de R$ 5,70 em dia de apetite ao risco e valorização das commodities (Imagem: REUTERS/Lee Jae-Won)

O dólar à vista (USDBRL) retomou o ritmo de perdas ante o real em dia de apetite ao risco nos mercados, dados mais fracos nos Estados Unidos e valorização das commodities.

Nesta terça-feira (25), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7092, com queda de 0,75%. 



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,08%, aos 104.184 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, os investidores reagiram à ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que destacou que a “elevada incerteza” doméstica foi o motivo para a indicação do próximo movimento nos juros. 

O Copom também viu como apropriado indicar que o ciclo não está encerrado em função do cenário adverso para a dinâmica da inflação.

Na semana passada, o Copom elevou a Selic para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro. No comunicado, o colegiado do Banco Central sinalizou uma nova alta na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

Na visão de economistas do Bradesco, a ata é consistente com um Copom comprometido com a continuidade do ciclo de aperto.  Já o Itaú BBA destacou que o texto foi bastante firme e direto quando se refere à inflação e “ao cenário prospecto indubitavelmente desafiador”.

O real também ganhou força com a valorização das commodities, que tende a beneficiar países exportadores como o Brasil. O contrato mais negociado do minério de ferro, para maio, fechou com alta 0,65%, a 776 yuans (US$106,88) a tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China. O petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho teve leve ganho de 0,03%, a US$ 72,39 o barril na Intercontinental Exchange (ICE).

Exterior

No exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou que as tarifas recíprocas de importação serão aplicadas a partir de 2 de abril e elas “já estão definidas”.

Ontem (24), o chefe da Casa Branca disse que anunciará taxas sobre automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos em breve.

Os investidores também reagiram a dados mais fracos da economia norte-americana. Entre eles,  a confiança dos consumidores do país caiu para 92,9 em março, em um momento em que persistem as preocupações de que uma guerra comercial global poderia aumentar a inflação e desacelerar a economia. O dado foi divulgado pela Conference Board.

Os economistas consultados pela Reuters esperavam que o índice recuasse para 94,0.

O dado apresentou uma queda acima do esperado em março, marcando o quarto mês consecutivo de retração, enquanto os dados sobre o mercado imobiliário também vieram abaixo das expectativas.

“Esses indicadores levaram a uma redução nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, o que, associado ao tom mais rigoroso do Copom, ampliou as expectativas sobre o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos sendo um dos fatores que deu suporte para valorização do real, assim como um ambiente de maior apetite por risco nos mercados internacionais pelo lado de uma expectativa de desfecho positivo pelo lado das tarifas”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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