Dólar

Dólar cai pelo 7º dia consecutivo e fecha a R$ 5,64 com juros inalterados nos EUA e à espera do Copom

19 mar 2025, 17:04 - atualizado em 19 mar 2025, 17:27
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O dólar à vista fechou em queda pelo 7º dia consecutivo com leilão de R$ 2 bilhões realizado pelo BC, decisão de juros do Fed e expectativa pelo Copom (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) engatou a sétima a queda consecutiva em dia de atenções concentradas nas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (19), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6480, com queda de 0,42% — no menor nível desde 14 de outubro, quando a moeda terminou o dia a R$5,5827.



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,26%, aos 103,503 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o mercado operou na expectativa pela decisão sobre os juros, que será divulgada após o fechamento dos mercados. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar os juros em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro. As atenções ficarão concentradas no comunicado, já que o mercado espera novas sinalizações de altas na Selic.

Mas o enfraquecimento do dólar hoje deve-se à intervenção do BC no câmbio. A autoridade monetária vendeu um total de R$2 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra. As vendas foram realizadas com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava R$5,6791.

No leilão de linha A, que ocorreu de 10h30 às 10h35 e terá como data de recompra o dia 4 de agosto de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de R$1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,205%.

No leilão de linha B, também realizado de 10h30 às 10h35 e que terá como data de recompra o dia 3 de setembro de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de R$1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,15%.

Essa foi a quarta intervenção cambial da gestão do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Exterior

No exterior, o dia também foi de decisão de política monetária nos Estados Unidos. Por lá, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) Federal Reserve (Fed) manteve as taxas inalteradas, no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.

O Fed, porém, elevou as projeções para inflação para 2025 e 2026. A autoridade monetária norte-americana também projeta um Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco e desemprego maior.

Já o esperado gráfico de pontos (dot plot) não trouxe mudanças, ao contrário do que era esperado. O BC norte-americano manteve a estimativa de dois cortes, de 25 pontos-base, nos juros em 2025.

Durante a coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que as tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump são o fator determinando na piora das expectativas para a inflação. Mas, para ele, esse cenário-base é que esse momento é “transitório” e as expectativas de longo prazo estão “bem ancoradas”.

O chefão do BC ainda afirmou que a incerteza no momento está “excepcionalmente elevada”.

“Embora Powell tenha repetido que mercado de trabalho está forte e a inflação permanece acima da meta, ele destacou que a incerteza sobre o cenário econômico aumentou. A vida dos membros do Fomc ficou mais difícil, mas até o momento os ajustes nas perspectivas para a política monetária foram bastante parcimoniosos”, avalia o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori.

Após a decisão, os agentes financeiros mantiveram as apostas de redução de 50 pontos-base nos juros até o final do ano como aposta principal, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. O mês de junho também seguiu como o mais provável para a retomada do ciclo de afrouxamento monetário.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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