Dólar cai a R$ 5,80 e fecha a semana em baixa com escalada de tensão entre EUA e China no radar

O dólar encerrou a semana mais curta duplamente negativo: com forte recuo diário e no acumulado da semana, com a liquidez limitada por feriados.
Nesta quinta-feira (17), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8037, com queda de 1,05% ante o real.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,02%, aos 99,397 pontos.
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Na semana, o dólar caiu 1,14% ante o real.
O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar enfrentou mais um forte dia de volatilidade, com os investidores monitorando a guerra comercial — iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de abril com o anúncio do ‘tarifaço’ de importação.
Entre os focos, autoridades dos EUA e do Japão avançaram nas negociações. Mais cedo, Trump disse que teve um encontro “muito produtivo” com os representantes japoneses, o que elevou a expectativa de que um acordo comercial possa ser alcançado em breve — e que deve servir como “modelo” para as negociações dos EUA com outros países parceiros que foram taxados.
Trump também disse que não tem pressa para finalizar acordos. “Praticamente todos os países praticamente querem negociar, mas faremos acordos justos. […] Espero fazer acordo comercial justo com a Itália. […] Acredito que vamos fazer um bom acordo com a China”, disse ele em entrevista coletiva na Itália.
O mercado de câmbio ainda foi movimentado pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) em reduzir novamente sua taxa de juros, de 2,50% para 2,25% ao ano. A medida elevou o diferencial de juros entre os EUA e a Zona do Euro, o que torna o dólar mais atraente do que a divisa europeia.
Mas, em relação aos mercados emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, o dólar perdeu força com a valorização das matérias-primas. O minério de ferro encerrou as negociações na Bolsa de Dalian, na China, com leve alta de 0,07%, a 707 yuans (US$ 96,75) a tonelada. Já o contrato mais líquido do petróleo Brent, referência para o mercado mundial, com vencimento em junho, subiu 3,20%, a US$ 67,96 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.