Dólar

Dólar tem queda superior a 1% e fecha a R$ 5,69 com reprovação recorde de Lula

14 fev 2025, 17:11 - atualizado em 14 fev 2025, 17:23
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O dólar à vista fechou em forte queda com reprovação recorde do governo Lula; falas do presidente do BC e tarifas dos EUA ficaram no radar (Imagem: Getty Images)

O dólar à vista (USDBRL) retornou, na última sessão da semana, para território de perdas ante o real, com uma combinação de fatores: incertezas sobre as tarifas recíprocas dos Estados Unidos, novas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e a mais recente pesquisa Datafolha sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta sexta-feira (14), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,5962 (-1,29%), no menor nível desde 7 de novembro.



O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,56%, aos 106,755 pontos.

Na semana, o dólar acumulou queda de 1,68%. No ano até agora, a divisa cai 7,83%.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o real ganhou força na reta final em reação ao Datafolha. A pesquisa divulgada nesta sexta-feira (14) mostrou que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu 11 pontos em dois meses, uma marca inédita — de 35% para 24%. A reprovação também é recorde, passando de 34% a 41% — o pior nível de todos os mandatos do petista.

Em segundo plano, os investidores repercutiram falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Em evento na Fiesp, ele afirmou que o impacto do dólar na inflação depende de atividade e persistência de desvalorização da moeda.

Na visão de Galípolo, o mercado tentou antecipar no ano passado a adoção de tarifas de importação pelo novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos, o que impulsionou os preços. Segundo ele, a confirmação de “algo mais brando” em matéria de tarifas este ano atua para retirar prêmios das cotações.

“Ainda estamos tentando entender medidas efetivas que vão ser feitas nos EUA e as repercussões”, afirmou o chefe do BC. “Não se trata de dizer que é melhor com tarifa, ao contrário, é dizer que existe um prêmio considerável de incerteza sobre qual vai ser a política e quais serão os impactos. Essa incerteza, em função de ocorrer ou não ocorrer, tem influenciado o preço dos ativos.”

As tarifas recíprocas, anunciadas pelo presidente Trump, continuaram a movimentar o câmbio, em meio a incertezas sobre as alíquotas e quais países, de fato, serão taxados.

Os mercados entenderam que o posicionamento recente de Trump abriu espaço para negociações e acordos com os países na mira dos EUA, o que possibilita que as tarifas recíprocas a serem anunciadas à frente podem ser mais moderadas do que o esperado ou até mesmo nem ocorrerem. Segundo a Casa Branca, a medida deve entrar em vigor em 1º de abril.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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