Dólar interrompe sequência de perdas com tarifas de Trump e tem leve alta a R$ 5,76
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O dólar à vista (USDBRL) interrompeu o ciclo de três quedas consecutivas e fechou a sessão agitada por dados econômicos em leve alta. A divisa ganhou impulso na reta final do pregão com anúncio de tarifas recíprocas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nesta quinta-feira (13), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,7689 (+0,10%).
O movimento destoou da tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,62%, aos 107,320 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado reagiu à divulgação das projeções para os principais indicadores econômicos pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
A pasta econômica elevou as estimativas para a inflação neste ano. A Fazenda projeta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 4,8%, acima do teto da meta do Banco Central. A previsão anterior era de 3,6%.
O Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, foi revisado para baixo. Agora, a equipe de Fernando Haddad espera um crescimento de 2,3% neste ano, ante a projeção anterior de 2,5%. Segundo a SPE, a redução leve em consideração o ciclo de aperto monetário.
Em entrevista coletiva, o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, disse que o arrefecimento PIB previsto para este ano coloca a atividade em nível “mais próximo do que consideramos o potencial não inflacionário do país” e é compatível com uma redução da inflação para “mais perto da meta”.
Ele ainda afirmou que o real desvalorizado e a desaceleração da economia ajudam a baixar inflação.
As tarifas impostas pelos Estados Unidos continuaram a movimentar o câmbio. Na tarde desta quinta-feira (13), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou taxas recíprocas para países que fazem negócios com o país.
Segundo a Casa Branca, a medida deve entrar em vigor em 1º de abril.
No exterior, os investidores seguiram atentos a novos dados econômicos.
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) aumentou 0,4% no mês passado, após um ganho revisado para cima de 0,5% em dezembro, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho do país.
Os economistas consultados pela Reuters haviam previsto um aumento de 0,3% na comparação mensal.
Nos 12 meses até janeiro, os preços avançaram 3,5%.
Além disso, o número de pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana passada, sugerindo que mercado de trabalho permaneceu estável no início de fevereiro.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 7.000, para 213.000 com ajuste sazonal, na semana encerrada em 8 de fevereiro. Os economistas consultados pela Reuters previam 215.000 pedidos para a última semana.