Dólar

Dólar perde força com inflação mais alta nos Estados Unidos e fecha a R$ 5,76

12 fev 2025, 17:18 - atualizado em 12 fev 2025, 17:27
dólar (1)
O dólar à vista estendeu as perdas com dados de inflação nos Estados Unidos acima do esperado; tarifas de Trump seguem no segundo plano (Imagem: Getty Images)

O dólar à vista (USDBRL) operou volátil com dados de inflação nos Estados Unidos acima do esperado para janeiro e encerrou a sessão em leve queda ante o real.

Nesta quarta-feira (12), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,7631 (-0,08%). 



O movimento acompanhou da tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, tinha baixa de 0,02%, aos 107,939 pontos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o mercado acompanhou novas declarações de autoridades. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter certeza que o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, “consertará” a taxa de juros do Brasil e que é preciso dar o tempo necessário para isso.

“Ele não poderia entrar e dar um cavalo de pau. ‘Estamos a 180km/h, vamos voltar para 30km/h’. Não! É preciso que vá com cuidado para que a gente não dê uma trombada. Possivelmente o Galípolo passará para a história como o melhor presidente que o Banco Central já teve”, disse Lula.

Durante a tarde, o presidente do Banco Central participou de evento no Rio de Janeiro. Galípolo disse que é esperado que o BC seja mais agressivo ao promover elevações da taxa Selic e mais cauteloso em momentos de corte dos juros básicos.

“Reação preventiva precisa sempre existir, mas é esperado também que o BC tenha uma função de reação assimétrica para altas e para baixas (da Selic). Se o BC deve ser mais agressivo num momento de alta, ele deve ser mais parcimonioso e cauteloso no momento de fazer qualquer movimento para baixo”, afirmou Galípolo.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC elevou os juros para 13,25%, mantendo o guidance de uma nova alta de 1 ponto percentual em março.

As tarifas impostas pelos Estados Unidos seguiram no radar. Na última segunda-feira (10), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma taxa de 25% sobre a importação de aço e alumínio. Desde então, os investidores operam na expectativa pelo anúncio de tarifas recíprocas.

Mas, no exterior, o foco ficou concentrado nos dados econômicos. O índice de preços ao consumidor do país (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro na comparação anual e acumula alta de 3% em 12 meses — acima das expectativas do mercado. 

Embora o CPI não seja a referência para inflação preferida do Federal Reserve (Fed), o indicador é relevante para o mercado calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros. Hoje, o Fed Funds está na faixa de 4,25% e 4,50% ao ano.

Após o dado, os agentes financeiros consolidaram as apostas de apenas um corte, de 0,25 ponto percentual, nos juros norte-americanos pelo Fed em 2025. Além disso, a probabilidade de corte foi adiada do mês de junho para setembro.

Em audiência na Câmara dos Representantes, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os últimos dados do CPI são um “lembrete” de que o Banco Central fez um “grande progresso” para aproximar a inflação à meta de 2%, mas que “ainda não chegou lá”.

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.