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Dólar volta a cair e fecha a R$ 5,78 com ‘desconfiança’ de novas tarifas de Trump

10 fev 2025, 17:08 - atualizado em 10 fev 2025, 17:12
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O dólar à vista voltou a cair ante real, após duas sessões de alta; moeda brasileira ganhou força com commodities (Imagem: Getty Images)

O dólar à vista (USDBRL) iniciou a semana em queda, com o avanço das moedas emergentes — que foram beneficiadas pela valorização das commodities metálicas, mesmo após a ameaça de novas tarifas do governo Trump. O mercado passou a dar menos importância às ameaças do presidente norte-americano depois da pausa tarifária contra México e o Canadá na semana passada.

Nesta segunda-feira (10), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,7860 (-0,13%). 



O movimento destoou da tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, tinha alta de 0,27%, aos 108.311 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o real ganhou força com a redução com a cautela sobre o cenário fiscal após a Casa Civil negar que o governo estuda um reajuste no valor do Bolsa Família.

“Tal medida significaria mais pressão sobre o endividamento público, dificultando ainda mais a tarefa do Banco Central em trazer a inflação para a meta. Soma-se a isso a demora para a tramitação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo Governo Federal, que ainda não tem perspectivas de aprovação no Congresso”, afirmou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Por aqui, os investidores repercutiram a piora das expectativas pela inflação pela 17ª vez consecutiva. Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) as projeções para a inflação foram elevadas de 5,51% para 5,58% no Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (10).

Agora, o mercado espera a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, previsto para amanhã (11). A expectativa é de avanço de 0,11% de dezembro de 2024 para 0,15% em janeiro deste ano.

Mas os dados foram ofuscados pelo exterior. A divisa brasileira acompanhou o desempenho positivo das moedas emergentes, em meio ao avanço do minério de ferro e do petróleo e após a ameaça de novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No último domingo (9), Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio no território norte-americano. A medida tem potencial de  afetar as exportações de uma série de parceiros comerciais dos EUA, incluindo Brasil, México, Canadá, Japão e União Europeia.

Em resposta à possível tarifa, integrantes do governo brasileiro disseram que o Executivo vai aguardar a oficialização das medidas. “O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a jornalistas.

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.