Internacional

Dividida, UE busca acordo sobre estímulo contra coronavírus

19 jun 2020, 9:03 - atualizado em 19 jun 2020, 9:03
União Europeia
Está em discussão o próximo Orçamento da UE, de cerca de 1 trilhão de euros para 2021 a 2027 (Imagem: Unsplash/@christianlue)

Os líderes da União Europeia iniciaram o processo de aprovação de um pacote de estímulo sem precedentes para suas economias devastadas pelo coronavírus nesta sexta-feira, cientes da necessidade de fornecer ajuda rapidamente, mas ainda divididos sobre seu tamanho e termos finais.

Os 27 dirigentes nacionais iniciaram uma videoconferência nesta sexta-feira para discutir a recuperação do bloco, que perdeu mais de 100 mil vidas para a Covid-19 e enfrenta uma crise econômica sem precedentes que ameaça sua estabilidade e posição global.

“É uma crise sem precedentes que teve um enorme impacto econômico, social e também na viabilidade da UE”, afirmou um diplomata da UE. “Para mostrar que a Europa protege, não podemos demorar mais, pois os atrasos só tornarão as coisas mais difíceis e mais caras.”

Está em discussão o próximo Orçamento da UE, de cerca de 1 trilhão de euros para 2021 a 2027, e um fundo de recuperação anexo de uma proposta da Comissão da UE de 750 bilhões de euros.

“Juntos … formam um grande estímulo. Não só ajuda as economias dos países mais afetados pelo vírus.

Também ajuda os países cujas economias foram duramente afetadas indiretamente por causa dos bloqueios”, disse a chefe da comissão, Ursula von der Leyen.

A ajuda deve ser desembolsada principalmente para os países mais atingidos, como Itália e Espanha, mas muitas diferenças ainda precisam ser resolvidas antes do acordo unânime necessário.

Autoridades e diplomatas esperam que um acordo seja fechado em julho.

Enquanto o sul da Europa, já altamente endividado, pede subsídios sem muitas condições, o norte quer que o fundo tenha apenas empréstimos condicionais.

Suécia, Dinamarca, Áustria e Holanda, os países chamados de “quatro austeros”, também acreditam que o fundo de recuperação proposto é muito grande e a alocação do dinheiro não está suficientemente ligada à pandemia.