Dividendos, predileção e caixa gordo: BTG, Credit Suisse e XP constroem Direcional
A Direcional (DIRR3) publicou sua prévia operacional do terceiro trimestre após o fechamento do mercado, com VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 437 milhões, baixa de 17% em relação ao mesmo período de 2018.
Os lançamentos totalizaram R$ 1,4 bilhão no acumulado do ano, expansão de 17% diante dos nove primeiros meses de 2019.
Em resposta ao anúncio da construtora, Credit Suisse, BTG Pactual e XP Investimentos avaliam os números operacionais, bem como delineiam perspectivas para a empresa.
Favorita
Para o Credit Suisse, “existem mais notícias positivas do que negativas” nos dados prévios da Direcional. “O fluxo de caixa da empresa foi uma surpresa positiva ao totalizar R$ 43 milhões em um trimestre com restrições severas em torno de recebíveis da Caixa”, aponta o banco.
As margens brutas da Direcional foram destacadas positivamente por Luis Stacchini, Eduardo Costa e Vanessa Quiroga, e devem manter-se acima dos concorrentes no setor, dando espaço para ajustes nos preços como forma propulsora de aceleração da velocidade das vendas nos próximos trimestres.
“Mantemos as ações da Direcional como as favoritas no setor dentre as construtoras de baixa renda”, avalia o Credit Suisse, com recomendação outperform (desempenho acima da média do setor) e preço-alvo de R$ 11,50 em doze meses – estimativa de desvalorização de 6,2% de acordo com o último fechamento.
Mais dividendos
Já o BTG Pactual acredita que a construtora “apresentou resultados operacionais adequados”, com lançamentos levemente abaixo das projeções e vendas razoáveis do MCMV (Minha Casa Minha Vida), ao mesmo tempo que conseguiu gerenciar seu caixa de forma positiva.
Além do anúncio da prévia operacional, a empresa divulgou o pagamento de dividendos no valor de R$ 0,50 por ação no próximo dia 23 de outubro, um dividend yield (expectativa de dividendos sobre preço da ação) de 4%.
“Esperamos mais dividendos a frente”, afirmam os analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio.
A recomendação para as ações é de compra, com preço-alvo de R$ 15 para doze meses. Caso as estimativas se materializem, o papel poderá subir 22,2% segundo o fechamento da última quinta-feira (9).
Para fundamentar o otimismo, Cambauva e Credendio listam os seguintes fatores: forte track record (histórico operacional) da compahia e expectativa positiva em torno dos níveis 2 e 3 do MCMV.
Distratos em foco
A XP Investimentos avalia que os resultados “foram positivos, com geração de caixa positiva, crescimento de lançamentos e de vendas”.
“Dois pontos de atenção foram o aumento no volume de distratos e queda na velocidade de vendas, em decorrência do atraso nos repasses de subsídios pela União”, conclui a XP.