Dividendos por ação: Veja a empresa que pagou mais que o dobro da Petrobras (PETR4)

Apesar da Petrobras (PETR4) ser uma das grandes pagadoras de dividendos da Bolsa, não é a petroleira que lidera quando o assunto são dividendos por ação do primeiro semestre. De acordo com levantamento da plataforma Meu Dividendo, a Comgás, empresa controlada indiretamente pela Cosan (CSAN3), pagou R$ 12,08 por ação preferencial classe B (CGAS5), um dividend yield (DY) de 10,72%, com base na cotação do ativo em 25 de agosto. Já o papel ordinário pagou (CGAS3) R$ 10,93. Enquanto isso, a Petrobras desembolsou R$ 4,27 por ação.

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A Comgás é a maior distribuidora de gás natural encanado da América Latina. Possui uma rede de mais de 21 mil quilômetros, levando gás natural para mais de 2,5 milhões de consumidores nos segmentos residencial, comercial e industrial, em 96 municípios de São Paulo.

Por outro lado, quando se considera o valor total, a Petrobras lidera de longe, com pagamento de R$ 55 bilhões, o dobro do segundo colocado, o Itaú (ITUB4), que desembolsou R$ 22 bilhões no período.

“Ao analisarmos o volume total de proventos pagos no primeiro semestre do ano, encontramos a Petrobras reassumindo a primeira posição que até então vinha sendo ocupada pelo Itaú Unibanco, que apresentou um desempenho extraordinário em pagamento de proventos no início de 2024”, explica Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo.

Pagamento de dividendos no semestre

As empresas pagadoras de dividendos já distribuíram no primeiro semestre de 2024 o equivalente a 74,58% do total de proventos pagos durante todo o ano de 2023. A partir da análise do pagamento de proventos pagos nos últimos 7 anos (2017-2023), 54% do total de proventos foram pagos no segundo semestre do ano.

“É um resultado estatístico animador, o que remete para uma grande possibilidade de alcançarmos em 2024 um possível recorde de pagamentos de dividendos”, afirma Finotti.

A Petrobras contribuiu de maneira significativa para o crescimento observado, graças à decisão favorável ao pagamento de dividendos extraordinários. Ganharam os acionistas e, entre eles, seu controlador, que é o Governo Federal.

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Migração de JCP para dividendos

Outro dado interessante é a migração de juros sobre o capital para dividendos na esteira da mudança no Congresso Nacional que proibiu às empresas que realizem o planejamento tributário e distribua em anos fiscais posteriores JCP referente a exercícios anteriores. Os proventos pagos via JCP recuou no primeiro semestre de 2024 em relação a 2023, representando, no acumulado do ano, 36% dos proventos pagos nesta modalidade. No mesmo período de 2023, os pagamentos via JCP representaram 38%.

“Esse recuo se deve ao grande volume de dividendos e remuneração aos acionistas pagos pela Petrobrás no período, mas já sinaliza ser momentâneo, uma vez que o maior volume de dividendos é registrado tradicionalmente no primeiro semestre, quando as empresas anunciam os resultados do ano anterior e seguem a sua política de distribuição de dividendos”, destaca a plataforma.