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Dividendos: Petrobras pode se alinhar às maiores do mundo, avalia Goldman Sachs

06 dez 2018, 17:22 - atualizado em 06 dez 2018, 17:22
04/09/2007-Plataforma de Piranema

O Goldman Sachs avalia que a Petrobras (PETR3; PETR4) pode ampliar o seu pagamento de dividendos conforme conclua o seu plano de desinvestimentos, mostra um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (6) e obtido pelo Money Times. Os analistas Bruno Pascon, Victor Hugo Menezes e Julia Borges chegaram à esta conclusão após uma avaliação do plano estratégico da estatal para os próximos cinco anos, divulgado ontem.

A empresas prevê investimento de US$ 84,1 bilhões nos próximos cinco anos. De acordo com o planejamento, US$13,9 bilhões serão aplicados em gás natural, sendo que 61% em refino, transporte, comercialização, petroquímica e distribuição; 36% em gás natural e energia; e 3% em renováveis. O novo planejamento  também continuará focado na redução do endividamento e alavancagem da estatal.

O relatório do banco destaca a estimativa de US$ 114,2 bilhões em geração de fluxo de caixa operacional (líquido de dividendos) em 2019-2023 em comparação ao projetado pelo Goldman Sachs de US$ 154,9 bilhões pré-dividendos (assumindo o barril do Brent a US$ 60).

“Atribuímos a diferença a um pagamento de dividendos mais alto a partir de 2021, uma vez que a Petrobras espera manter a alavancagem na meta de 1,5 vez a dívida líquida em relação ao EBITDA (em comparação a 1,0 vez em no final de 2023)”, explicam.

Caminhões de dinheiro

Considerando a diferença nos números de fluxo de caixa operacional, as estimativas da estatal implicam em dividendos adicionais de US$ 40,7 bilhões ao longo de seu plano de 5 anos, resultando em dividendos médios de 8,6%  ano (contra 5,2% das maiores empresas do setor no mundo e 6,4% para os pares da América Latina).

No entanto, aponta o Goldman, com base nas estimativas de US$ 84,1 bilhões em investimentos planejados e US$ 20,0 bilhões de despesas com juros, há uma geração de fluxo de caixa livre (líquida de dividendos) de US$ 10,1 bilhões, comparada a US $ 39,0 bilhões em dívidas vencidas no período. Como resultado, uma distribuição de dividendos mais robusta também dependerá do sucesso de seu programa de desinvestimento de US$ 26,9 bilhões.

“Em nossas estimativas, o plano apresentado implica retorno total para os acionistas (dividendos + recompras) de 10,7%, risco este ajustado aos riscos do país está alinhado com 8,2% para os maiores, 9,0% para os pares da América Latina, e 10,5% para seus pares emergentes”, concluem os analistas. A recomendação do banco é neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 25 aos PETR3 e R$ 23 para PETR4.