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Dividendos: Petrobras (PETR4) deve pagar uma fração do que pagou em 2022; veja cálculos do Itaú

13 mar 2023, 16:18 - atualizado em 13 mar 2023, 17:44
Petrobras
Petrobras: Mais investimentos é menos dividendos, explicam analistas (Imagem: Andre Coelho/Bloomberg)

Os dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) devem minguar em 2023, estima o Itaú BBA em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (13). Segundo cálculos da corretora, a empresa deverá se limitar a pagar 25% do lucro, o mínimo obrigatório por lei.

Para o Itaú, a distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio em 2023 girará em torno de R$ 27 bilhões, contra R$ 227 bilhões pagos no ano passado, redução de 88% e um dividend yield de 8,8%.

Itaú corta Petrobras

Além disso, os analistas incluíram um maior custo de capital próprio da empresa (ke), revisaram o preço do petróleo e consideraram o novo plano estratégico da companhia entre 2023 e 2027, aprovado em dezembro do ano passado, chegando a um novo preço-alvo de R$ 27. A recomendação neutra foi mantida.

Embora os analistas do BBA vejam a Petrobras a negociar em múltiplos mais baixos do que o histórico — múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) de 2,3x para 2023 e 2,6x para 2024, “vemos uma vantagem limitada em nosso caso base, que pode ser afetado negativamente por anúncios prováveis de mudanças mais amplas na política de preços da empresa, novos investimentos greenfield em refino e maiores investimentos em energias renováveis”.

Para Monique Greco e equipe, o principal destaque do plano foi o anúncio de energia eólica, hidrogênio e captura de carbono como os caminhos mais adequados para o crescimento em renováveis.

A empresa já assinou uma carta de intenções com a norueguesa Equinor que amplia cooperação entre as empresas para avaliar viabilidade de sete projetos de geração de energia eólica offshore na costa brasileira, com potencial para gerar até 14,5 GW.

“Esperamos que um plano revisado seja anunciado apenas no segundo semestre de 2023, com novas diretrizes voltadas para uma expansão em refino e renováveis, mas com mudanças limitadas nos números de capex”, discorre.

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Mais investimentos, menos dividendos

A visão de que a Petrobras deixará de ser um boa pagadora de dividendos é reforçada pelo BTG Pactual. Em relatório, o banco diz que a aceleração do crescimento da Petrobras significa menos dividendos.

Para os analistas, se a estatal “deseja entrar em uma nova fase de crescimento, precisaria desviar seu FCF (fluxo de caixa livre) para investimentos”.

Essa mudança, no entanto, pode resultar em uma redução nos dividendos, “que atualmente são um dos principais motivos para uma visão otimista”, apontam.

Os analistas, no entanto, reiteram que o impacto quantitativo de curto prazo dos parques eólicos offshore provavelmente será mínimo e que os projetos podem se mostrar lucrativos no futuro.

Com Iasmim Paiva

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