Dividendos: Petrobras (PETR4) deve pagar R$ 2 por ação, diz BofA; banco corta preço-alvo às vésperas do 1T23

O Bank of America (BofA) reduziu o preço-alvo das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) de R$ 30 para R$ 28, às vésperas dos resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23). O banco reiterou a recomendação neutra para os papéis.

O corte é explicado pelas “tendências macroeconômicas mais fracas”, de acordo com o analista, Leonardo Marcondes.

A mudança no modelo da Petrobras também segue a atualização da equipe de commodities do BofA sobre o valor do petróleo, diz. Os preços da principal matéria prima da estatal, o Brent, foram reduzidos para US$ 80 por barril de óleo (bbl) para 2023 — antes em US$ 88/bbl.

Além disso, o analista afirma que a valorização do real frente ao dólar apoia a redução do alvo da Petrobras. A cotação da divisa norte-americana em real recuou 5,7% nos quatro primeiros meses do ano. Hoje, a moeda é cotada abaixo da barreira psicológica de R$ 5.

Marcondes explica que o recente adiamento das operações em certas plataformas de petróleo não foi positivo para a empresa.

No final de abril, a Petrobras anunciou que três das 18 novas plataformas vão atrasar para entrar em operação. As datas de início de produção de Búzios 7 e do projeto Integrado Parque das Baleias foram postergadas para 2025, enquanto a da Búzios 10 foi para 2027.

O que esperar da Petrobras no 1T23?

Marcondes, do BofA, espera que a Petrobras reporte resultados “mais fracos sequencialmente”. O Ebitda ajustado deve totalizar US$ 13,2 bilhões, queda de 12% no ano.

Leia também

Empresas

Plano de negócios: Petrobras (PETR4) aprova US$ 111 bi em investimentos, com aumento de faixa de dividendos

Empresas

Eles chegaram: Petrobras (PETR4) pagará R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários

O principal fator para a performance sequencial mais suave, de acordo com o analista, são os preços mais baixos do petróleo.

Já do lado operacional da estatal, é esperado continuidade ao “forte” desempenho, afirma.

O analista destaca que todos os olhos estão voltados para uma possível mudança na política de dividendos da Petrobras. “Com o novo conselho de administração empossado, a atual política de dividendos está em risco, pois o governo poderá defini-la de acordo com suas prioridades”, diz.

Caso os novos conselheiros mantenham a atual política de provento da Petrobras (60% fluxo de caixa livre) para este resultado, o BofA espera um anúncio de cerca de R$ 2 por ação — aproximadamente 8% de rendimento.

Por outro lado, se o conselho alterar os dividendos para o mínimo de acordo com a lei (payout de 25%), o pagamento deve ser de R$ 0,60 por papel, o que implica um rendimento de 2%.