Dividendos: Inadimplência com aluguel segue tirando o sono de fundos imobiliários
O fundo imobiliário Max Retail (MAXR11) ainda não recebeu de um de seus locatários o pagamento total do aluguel vencido em maio, referente a abril.
Com isso, mais uma vez, a distribuição de dividendos do fundo teve impacto negativo de R$ 0,08 por cota. Sendo assim, o MAXR11 pagará R$ 0,74 por cota aos investidores no dia 15. O provento refere-se ao mês de abril.
Apesar de não citar nomes, um grande inquilino do MAXR11 é a Americanas (AMER3). É o terceiro mês seguido que o FII envia mensagem similar a essa aos seus cotistas.
Porém, em comunicado, o FII reforça que a sua administradora, o BTG Pactual, segue trabalhando em conjunto com o consultor imobiliário do fundo para fazer jus aos valores em aberto.
Inquilino ‘pedra no sapato’
Contudo, em seu relatório gerencial divulgado no fim de abril, o MAXR11 destacou que a Americanas segue sendo uma “pedra no sapato”.
Isso porque, prestes a completar cinco meses que a varejista expôs um rombo contábil na companhia, o Max Retail afirma que segue sem receber R$ 514,1 mil, referente ao aluguel de dezembro de 2022 e vencido desde janeiro.
Além disso, o fundo disse que deixou de receber a diferença do valor do aluguel, no qual teve reajuste mensal em janeiro, passando para R$ 601,1 mil. O que representa uma diferença de R$ 86,9 mil, resultando em inadimplência mensal de 14,46%.
Seis imóveis do portfólio do MAXR11 estão alugados para a varejista, sendo em Brasília, Belém, Vitória, Maceió e em Nilópolis, no Rio de Janeiro. De acordo com o relatório gerencial de março, o segmento lojas de departamentos, dominado pela AMER3, mantinha sua participação de 61,66% nas receitas do FII.
Dividendos impactados com calotes de aluguéis
Recentemente, o BB Progressivo (BBFI11) disse que novamente impactado negativamente pela falta de pagamento do aluguel pelo Banco do Brasil (BB). O banco estatal não pagou o aluguel vencido em maio.
Com isso, os dividendos do BBFI11 foram impactados em R$ 28,24 por cota. No mês passado, com o atraso do aluguel de abril, o impacto foi de R$ 7,35 por cota.
O Banco do Brasil alugava um imóvel no Rio de Janeiro (ativo CARJ) e não ocupa mais o espaço desde o fim de março. A propriedade é alvo de uma ação judicial que tramita, desde 2020, na 27ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro.
Com isso, a dívida supracitada, sem considerar juros, multa e correção monetária passava dos R$ 15 milhões em última atualização divulgada pelo BBFI11.
- GIRO DO MERCADO: Seu programa diário de segunda a sexta-feira, sempre ao meio-dia para te trazer todas as notícias que fervem no mercado financeiro e as análises que impulsionam seus investimentos! Salve o link e não perca!
Além dele, o Plural Logística (PLOG11) também segue tendo problemas em relação ao pagamento do aluguel do Galpão B do Parque Logístico Pernambuco. Segundo o fundo, a inquilina CT Botelho, empresa de logística de fotovoltaicos, pagou o aluguel de março, vencido em abril e que estava com 50% dos valores em atraso.
No entanto, o pagamento de abril, com vencimento em maio, está em aberto. Em meio à inadimplência, os rendimentos do fundo no mês passado foram impactados negativamente.
Com isso, o PLOG11 calcula que os impactos poderiam ser de R$ 0,22 por cota, considerando que a locação do Galpão B representa 31,7% do resultado médio mensal do FII, que está em R$ 0,70 por cota.
No fim de abril, o Plural Logística recebeu uma notificação extrajudicial formalizando o interesse do locatário em devolver aproximadamente dois terços da área que ele ocupa. Porém, a devolução pode ser integral.