Dividendos: Fundos imobiliários ficam a ver navios com calotes de aluguel
Sai mês e entra outro, mas fundos imobiliários continuam tendo dor de cabeça com o pagamento de aluguéis. Nos últimos meses, inquilinos têm sido pedra no sapato de alguns FIIs em meio ao atraso ou até mesmo calote.
Sendo assim, o mais novo fundo a enfrentar falta de pagamento é o Pátria Logística (PATL11), o FII que mais se valorizou em junho. Em comunicado, o PATL11 diz que a empresa de alimentos Pif Paf, locatária do ativo Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, não pagou a locação referente a maio, vencida em junho.
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O fundo diz que o aluguel representa 13% de sua receita imobiliária, o equivalente a R$ 0,09 por cota. Entretanto, o Pátria Logística ressalta que foi notificado pela Pif Paf, em dezembro de 2022, sobre a rescisão antecipada de contrato.
Com isso, a inquilina deixaria o imóvel em junho. Porém, agora, a expectativa do fundo é que a efetiva desocupação do espaço ocorra este mês.
Fundo imobiliário de logística enfrenta atrasos
Outro fundo imobiliário do mesmo segmento que vem enfrentando problemas é o Genial Logística (GLOG11), ex-Plural Logística (PLOG).
A empresa CT Botelho, locatária do Galpão B do Parque Logístico Pernambuco, não cumpriu com o acordo de pagar o aluguel de maio em 29 de junho. A parcela está vencida desde o dia 12 do mês passado. Contudo, a empresa de logística de fotovoltaicos prometeu que pagaria no penúltimo dia do mês.
Como ocorre com o Pátria Logística, a inquilina já manifestou ao GLOG11 que pretende entregar as chaves do imóvel. Porém, a saída da CT Botelho está sendo negociada com o fundo imobiliário e a empresa de consultoria imobiliária. Desta forma, o Genial Logística diz que sofreu impactos que tiveram efeito caixa.
Aluguel na justiça e dividendos impactados
Quem mais uma vez informou ao mercado que não recebeu o aluguel foi o BB Progressivo (BBFI11), que vem enfrentando problemas com o locatário na justiça.
Segundo o BBFI11, o Banco do Brasil (BB) não pagou o aluguel de junho. No entanto, os dividendos do fundo foram impactados negativamente em R$ 28,24 por cota. No mês passado, as cotas do BB Progressivo tiveram impacto de mesmo valor com o atraso do aluguel de maio.
O Banco do Brasil alugava um imóvel no Rio de Janeiro (ativo CARJ) e não ocupa o espaço desde o fim de março. A propriedade é alvo de uma ação judicial que tramita desde 2020 na 27ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro.
Com isso, a dívida supracitada, sem considerar juros, multa e correção monetária passava dos R$ 15 milhões em última atualização divulgada pelo BBFI11, em abril.