Dividendos fracos: 9 ações que decepcionaram em 2022, segundo analista; o que esperar em 2023?
O ano de 2022 se encerra com boas perspectivas para papéis de dividendos. Para efeito de comparação, o índice de dividendos, IDIV, acumula valorização de 8%, contra elevação de 3% do Ibovespa, até o dia 21 de dezembro.
Mesmo assim, algumas empresas frustraram os acionistas ao pagarem proventos menores do que esperado. Os motivos são muitos: mudanças na administração, crise no setor, preferência para investimentos etc.
A pedido do Money Times, o analista-chefe da VG Research, Luan Alves, listou os papéis que decepcionaram neste ano.
Veja na tabela abaixo:
Empresa | Ticker | Dividend Yield |
---|---|---|
MRV | MRVE3 | 2,60% |
Cyrela | CYRE3 | 4,40% |
Eztec | EZTC3 | 2,30% |
AES Brasil | AESB3 | 1,10% |
Transmissão Paulista | TRPL4 | 0,80% |
Auren | AURE3 | 0,70% |
Itaúsa | ITSA4 | 6,00% |
CCR | CCRO3 | 3,70% |
Ecorodovias | ECOR3 | 0,20% |
O que esperar dos dividendos?
Construtoras
Segundo Alves, no caso de empresas do construção, como MRV, Cyrela e Eztec, a Selic mais alta e os resultados mais baixos pressionaram o setor.
A MRV, por exemplo, reportou tombo de mais de 96% de seu lucro líquido consolidado entre julho e setembro, somando pouco mais de R$ 7 milhões.
O analista da XP, Ygor Altero, avaliou, à época, que a empresa mineira reportou resultados “fracos e inferiores às expectativas”, impactados principalmente pela queda acentuada do lucro líquido com a falta de vendas da subsidiária norte-americana Resia.
Para 2023, Alves não espera dividendos altos, com o setor ainda enfrentando desafios.
Elétricas
No caso da AES, o analista lembra que é uma das companhias que está passando por um ciclo de investimento intensivo. “Não vemos fortes distribuições de dividendos em 2023”, completa.
Por outro lado, quanto a Transmissão Paulista e Auren, Alves diz que as companhias devem surpreender.
“Ambas as companhias possuem posição de caixa confortável para remunerar seus acionistas e os investimentos já estão sendo realizados”, coloca.
Financeiras
O ano para a Itaúsa foi de investimentos maciços, com a compra de 15% da CCR e a participação na AEGEA e na NTS (gasodutos da Petrobras).
“Com o Itaú ainda recompondo seu capital e distribuindo poucos dividendos, a Itaúsa, seu principal acionista, distribuiu em 2022 bem menos do que seus investidores estavam acostumados”, coloca.
Apesar disso, o CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, reforçou que os dividendos da companhia vão aumentar nos próximos três anos, voltando ao seu padrão histórico.
Concessionárias
Alvez diz que tanto a CCR quanto a Ecorodovias vivem um momento de investimentos no seu setor.
“Ambas as companhias conseguiram realizar diversos novos investimentos, no caso da Ecorodovias novas concessões rodoviárias e, para a CCR, foi o investimento em rodovias e aeroportos, além de mobilidade urbana (trem e metrô)”, coloca.
Além disso, ele afirma que nesse momento do ciclo das empresas, não consegue enxergar dividendos elevados.
“As companhias também contraíram dívida para fazer frente a esse plano audacioso de crescimento”, completa.