Dividendos em riscos, resultados ruins: Por que o BofA está pessimista com estas 3 elétricas?
O Bank of America está pessimista com as ações das elétricas, especialmente Engie (ENGIE3), Auren (AURE3) e AES Brasil (AESB3). Além dos resultados das empresas no primeiro trimestre não terem empolgado, o BofA alerta para riscos nos dividendos.
A recomendação é neutra para Engie e Auren e de venda para AES.
Veja a seguir os principais pontos do relatório
Engie: abaixo das estimativas
Segundo os cálculos dos analistas, a companhia divulgou números fracos, com Ebitda de R$ 1,5 bilhão, 9% aquém do esperado. A queda foi impulsionada pela margem bruta de energia devido à menor comercialização de energia.
Os resultados foram parcialmente compensados pelo bom controle de custos no trimestre, diminuindo as preocupações dos investidores após o aumento de custos no quarto trimestre, explicam.
A visão cautelosa sobre o papel, de acordo com o BofA, é baseada em:
- exposição crescente aos preços da energia,
- riscos aos rendimentos de dividendos (6% 2023e) e a
- agenda de crescimento ambiciosa.
Auren: levemente abaixo das estimativas
Para o BofA, a empresa reportou resultados ligeiramente abaixo das estimativas, com Ebitda de R$ 396 bilhões, queda de 10%. A baixa foi motivada por:
- margem bruta de energia 5% menor devido à menor comercialização de energia e;
- despesas gerenciáveis 12% acima do BofA
No final das contas, a Auren reportou resultado financeiro negativo de R$ 17 milhões (ante os R$ 39 milhões dos previstos pelo BofA) impactado por R$ 140 milhões de receita financeira relacionada ao ajuste de recebíveis do governo federal, destacam.
O banco mantém a cautela com papel devido:
- avaliação, devido à premissa de preço de energia abaixo do consenso (9,7% TIR real);
- gatilhos esperados, incluindo crescimento e nova política de dividendos a partir de 2024.
AES Brasil: em linha
De acordo com os analistas, a AES Brasil reportou resultados em linha, com Ebitda de R$ 407 milhões.
O resultado reportado foi impactado pela reversão de contingências de R$ 15 milhões e redução ao valor recuperável de ativos de R$ 23 milhões.
O BofA possui recomendação underperform, o equivalente à venda, para a companhia. O banco sustenta que sua avaliação atual (5,3% TIR (taxa interna de retorno real) desconsidera a exposição acima dos pares ao risco de preço de energia e rendimentos de dividendos pressionados.