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Dividendos em alta, ações em promoção: Por que Gerdau (GGBR4) conquistou analistas de 4 bancos

10 set 2024, 13:17 - atualizado em 10 set 2024, 13:17
Gerdau
(Imagem: IStock/Leila Melhado)

O setor de mineração e siderurgia não vive os seus melhores dias na bolsa. Ações como Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) recuam mais de 20% no ano, em meio à fraqueza do minério de ferro. Apesar disso, um papel ganhou os corações de analistas. Trata-se da Gerdau (GGBR4). Nesta terça-feira (10), mais um banco elogiou a empresa e reafirmou o otimismo com ação.

De acordo com o BTG Pactual, o papel negocia com um desconto de 3,6 vezes o Ebitda, que mede o resultado operacional, e com um retorno de dividendos que pode atingir 10% nos próximos 12 meses. A empresa é a favorita do banco no setor de siderurgia na América Latina.

Ainda segundo os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, a Gerdau atingiu os níveis mínimos de lucratividade no Brasil, com margens de Ebitda quase historicamente baixas de 8-10% (vs. níveis de meio de ciclo de 15-18%).

“A realidade é que a Gerdau já está trabalhando em uma série de medidas de corte de custos para restaurar os níveis de lucratividade”, escrevem.

Nos Estados Unidos, outro importante mercado da Gerdau, a dupla diz que os resultados permanecem apoiados em um nível alto, com spreads de metais saudáveis e uma perspectiva de demanda sólida.

Atualmente, a América do Norte corresponde a dois terços de sua geração de Ebitda. Enquanto isso, notam os analistas, a empresa continua sendo negociada como uma empresa puramente brasileira — os pares dos EUA são negociados de 6 a 8 vezes o Ebitda, enquanto a Gerdau é negociada perto de 4 vezes –, “uma lacuna de avaliação injustificada”.

“No geral, vemos uma queda muito limitada para as ações nos níveis atuais e esperamos um impulso de lucros saudáveis contínuo à frente”, destacam.

Gerdau: BTG não é o único

O BTG não é único a ter o papel como o favorito do setor. Bradesco BBI e Itaú BBA também possuem GGBR4 com ‘top pick’. Além disso, o Goldman Sachs está confiante com a ação.

Em relatório da última segunda-feira, o BBI diz que os fundamentos do mercado siderúrgico no Brasil permanecem sólidos (demanda 7% maior e preços 5% maiores no acumulado do ano), enquanto nos Estados Unidos a empresa deve conseguir manter suas margens acima dos níveis históricos.

“Além disso, como reconhecemos que mudanças nas narrativas são mais difíceis de prever do que os fundamentos, focamos nossa análise para a Gerdau em diferentes cenários”, coloca.

O que o BBI está dizendo é: o valuation atual das ações da empresa parece atraente, mesmo em um cenário negativo. Além disso, a Gerdau parece pronta para se beneficiar de iniciativas em divisões-chave, o que pode ajudar a sustentar seu resultados no segundo semestre de 2024.

Para o Goldman, as margens da Gerdau na América do Norte mostraram-se mais resilientes do que o esperado, enquanto as margens do Brasil têm apresentado tendência ascendente devido a uma combinação de melhores preços e menores custos.

Entre os pontos de otimismo com o papel, o Goldman cita:

  • a Gerdau está amplamente isolada da volatilidade do minério de ferro (sendo totalmente integrada);
  • margens resilientes nos EUA operando em um nicho de mercado com exposição a potencial retomada de investimentos em infraestrutura;
  • está desalavancada (poucas dívidas), o que pode abrir programa de recompra;
  • um ciclo de investimento de R$ 6,6 bilhões (18% do valor de mercado) a ser concluído até o final do ano de 2026 pode gerar algum Ebitda incremental.

A Gerdau também anunciou recentemente que R$ 1,8 bilhão (ou 5% do valor de mercado) de depósitos judiciais retornarão ao balanço da empresa devido a uma decisão judicial favorável. “Em nossa visão, isso aumenta a capacidade de recompra e dividendos”

Assumindo o desacoplamento dos fundamentos, “vemos os níveis atuais como uma oportunidade de compra atraente, com a empresa sendo negociada a um rendimento de 8/10% FCF (fluxo de caixa) em 2025/26 (ou 14/15% excluindo despesas de capital de expansão)”.

Em relatório do mês passado, o BBA explica por que a ação é a principal escolha no setor de siderurgia e mineração da América Latina. A equipe cita:

  • melhoria do dinamismo operacional no segundo semestre;
  • avaliação atrativa, com uma vantagem de DCF (desconto de fluxo de caixa) de 38% e EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 3,4 vezes, o que está significativamente abaixo da média de
    5,0 vezes dos últimos 10 anos, e também inferior aos pares no Brasil e nos EUA;

“Acreditamos que os resultados do segundo trimestre marcaram um ponto de virada para o Ebitda da companhia neste ciclo, com a melhoria da margem advinda principalmente da redução de custos”, diz.

Na visão da equipe, o fluxo de caixa será de 9% em 2025, abrindo caminho para dividendos sólidos e para a execução do programa de recompra recentemente anunciado.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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