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Dividendos: Duas empresas brasileiras estão entre as maiores pagadoras do mundo; vale comprar as ações?

16 nov 2022, 14:38 - atualizado em 16 nov 2022, 14:38
Petrobras
Dividendos das petroleiras subiram três quartos, para um recorde de US$ 46,4 bilhões no terceiro trimestre do ano (Imagem: Bloomberg)

Duas empresas brasileiras estão entre as maiores pagadoras de dividendos do mundo, revela a 36ª edição do Índice Global de Dividendos da gestora de ativos Janus Henderson Investors.

O novo levantamento mostra que os dividendos dos produtores de petróleo, impulsionados pela crise energética, levaram a um crescimento de 7% nos pagamentos globais, a um recorde de US$ 415,9 bilhões no terceiro trimestre do ano. De acordo com a gestora, os dividendos das petroleiras subiram três quartos no período, para um recorde de US$ 46,4 bilhões.

“Os produtores de petróleo e gás foram o motor esmagador do crescimento, aumentando os seus dividendos em três trimestres comparativamente ao mesmo período do ano anterior. Sem o seu impacto positivo, o total teria sido praticamente estável no terceiro trimestre”, pontua a Janus Henderson, em relatório.

O crescimento em óleo e gás mais que compensou a queda nos dividendos do setor de mineração, que viu seus pagamentos caírem juntamente com os preços do minério de ferro.

Taiwan, Estados Unidos, Hong Kong e Canadá foram as regiões que mais contribuíram para o crescimento dos pagamentos globais, mas o Brasil também teve sua participação no ranking.

Brasil no ranking global

A Petrobras (PETR3;PETR4) está na terceira posição do ranking de maiores pagadoras de dividendos do mundo no terceiro trimestre de 2022, perdendo apenas para o China Construction Bank (CCB) e para a BHP Billiton. Destaque para o fato de que a estatal não estava nas 20 maiores posições da lista um ano atrás.

Dividendos da Vale caem com queda nos preços do minério de ferro (Imagem: Reuters/Washington Alves)

A Vale (VALE3), por sua vez, saiu do quarto lugar no terceiro trimestre de 2021 para a 15ª colocação no mesmo período deste ano.

“A Petrobras equiparou suas enormes distribuições do segundo trimestre com pagamentos do terceiro trimestre, totalizando US$ 9,7 bilhões em suas ações ordinárias Isso foi mais do que suficiente para compensar um declínio de 56% no dividendo do grupo de mineração Vale, que caiu acentuadamente à medida que os preços das commodities caíram”, comenta a gestora.

De acordo com a Janus Henderson, o total acumulado de US$ 19,4 bilhões da Petrobras provavelmente será suficiente para tornar a empresa a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, atrás apenas da BHP.

Jane Shoemake, gerente de portfólio de clientes para renda variável global da Janus Henderson, destaca que a relação entre os lucros de uma empresa e seus dividendos está próxima das máximas históricas, o que pode oferecer algum suporte em 2023, quando é esperado um crescimento econômico global mais lento.

“De modo crucial, os dividendos variam muito menos ao longo do ciclo econômico do que os lucros, pois as empresas procuram manter um nível de renda sustentável para seus investidores”, ressalta Shoemake.

Ter PETR4 e VALE3 na carteira?

No início do mês, a Petrobras aprovou a distribuição de R$ 3,3489 por ação em dividendos, com pagamento previsto para acontecer em duas parcelas: dezembro de 2022 e janeiro de 2023.

Desde o anúncio, diversos grupos, incluindo sindicatos e o próprio Tribunal de Contas da União (TCU), questionaram a legitimidade dos dividendos da estatal.

Apesar do risco de bloqueio de dividendos, especialistas consideram remota a possibilidade de órgãos derrubarem o pagamento da Petrobras.

A companhia segue como uma das principais pagadoras de dividendos da Bolsa, junto com a Vale. Ambas as empresas costumam figurar no topo da lista de ações mais recomendadas por analistas quando o assunto é remuneração a acionistas.

Em novembro, a Vale apareceu em 11 carteiras recomendadas de dividendos.

A Ágora Investimentos, que tem a ação da mineradora na carteira, diz que é possível prever um cenário de mercado bastante saudável e equilibrado para a Vale em 2023, o que deve levar a uma boa remuneração aos acionistas ao redor de 14%, entre dividendos e recompras.

Segundo os analistas, tal remuneração funciona como espécie de “colchão” e impede uma reavaliação muito pronunciada das ações, ao menos no curtíssimo prazo.

Para Petrobras, presente em oito carteiras em novembro, os analistas da Nu invest afirmam que a companhia vem chamando bastante a atenção do mercado devido à sua forte geração de caixa e melhora de indicadores de qualidade.

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