Dividendos do Banco do Brasil (BBAS3): Payout poderia ser maior que 40%, diz Itaú BBA
A ação do Banco do Brasil (BBAS3) tem potencial para entregar mais valorização mesmo após o forte desempenho em 2023, de acordo com o Itaú BBA.
Embora a companhia tenha entregado ganhos de mais de 70% na bolsa no ano passado, o seu papel permanece descontado, negociando atualmente a 0,8 vez P/VP (Preço/Valor Patrimonial) e 4 vezes P/L (Preço/Lucro).
Em relatório divulgado nesta semana, a instituição reiterou a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a compra) e elevou o preço justo ao fim de 2024 para R$ 65, de R$ 59 anteriormente.
Segundo Pedro Leduc e o time de análise de Bancos e Serviço Financeiros, “o nome oferece valor, crescimento e um forte dividend yield de 12%”. E, diferentemente de parte da opinião do mercado que acredita que a estatal atingiu o pico em 2023, o BBA projeta números maiores neste ano.
“Depois de um 2023 já forte, esperamos crescimento de 9% ano a ano nas receitas e 10% no lucro líquido, rendendo outro ROE [retorno sobre o patrimônio líquido] acima da indústria de 21%”, afirmam os analistas.
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Forças a favor do Banco do Brasil
Para um dos únicos bancos a entregar NII (receita líquida de juros) e lucros acima das expectativas em 2023, o BBA entende que ainda existem forças a favor da empresa.
Analistas projetam que uma expansão do NII cliente deve mitigar os declínios esperados para o NII títulos, levando a um NII total 11% maior em base anual em 2024. Isso porque o NII cliente provavelmente deve se expandir bem mais do que 11% ano a ano devido a uma carteira de empréstimos maior em um cenário de taxas de juros mais baixas.
Além disso, espera-se que o custo de risco afrouxe com a melhora nos portfólios individual e PMEs (pequenas e médias empresas) na segunda metade do ano.
Sobre o segmento do agronegócio, o BBA destaca que, historicamente, o portfólio entregou uma boa performance mesmo com queda nos níveis de produtividade na colheita.
As estimativas do BBA para o lucro do Banco do Brasil em 2024 é de R$ 38,5 bilhões, alta anual de 10%.
Dividendos maiores? É possível para o BB
Pela análise do BBA, o Banco do Brasil poderia elevar a taxa de payout dos lucros, atualmente de 40%. Simulando uma elevação de payout em 10 pontos percentuais, a 50%, para o período de 2024-26, e considerando crescimento de 10% do portfólio em cada ano, a instituição chegou a três cenários diferentes de rentabilidade.
De acordo com o BBA, mesmo o cenário mais pessimista, que aponta uma contração do ROE dos atuais ~20% para 14% até 2026, o Banco do Brasil poderia elevar o payout a 50% e seguir confortavelmente acima do BIS mínimo requisitado e do nível CET1 de 11-12%, “o que acreditamos que seja o objetivo deles [da empresa]”.
No caso do cenário-base, o payout de 50% levaria a um CET1 de 12% até 2026, contra atuais 12,5%, ou 11,4% mesmo em um cenário de média de ROE de 16%, acrescenta.
“O BB não é uma parte significativa da distribuição geral de dividendos para o governo federal (~10% nos últimos 12 meses), mas adicionaria cerca de R$ 6 bilhões aos cofres públicos durante esse período se o payout aumentasse para 50%”, levantam os analistas.
O BBA reforça a tese do Banco do Brasil como uma de suas favoritas para 2024.