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JCPs de R$ 1,40 por ação: Surge uma nova pagadora de dividendos na Bolsa?

31 maio 2024, 13:54 - atualizado em 31 maio 2024, 17:53
PETRORECONCAVO DIVIDENDOS
O JCP reforça a estratégia da empresa de alocação ideal de capital para os acionistas (Imagem: PetroReconcavo)

Em meio à queda do Ibovespa (IBOV) desta sexta-feira, uma ação brilha. Trata-se da PetroReconcavo (RECV3), que fechou em alta de 4,17%. O motivo? Na última quarta, a empresa anunciou o pagamento de R$ 410 milhões em juros sobre o capital próprio, ou R$ 1,398827 por ação.

Para ter direito, o acionista precisa estar posicionado no papel até 5 de junho. A partir de 6 de junho, a ação passa a ser negociada ‘ex-JCPs’. O pagamento ocorrerá até o dia 18 de junho.

Entre analistas, o valor foi bem recebido. Segundo cálculos do Itaú BBA, o rendimento será de 7%.

“Saudamos o compromisso da empresa em abordar a remuneração dos acionistas no curto prazo, ao mesmo tempo que procura melhorar a resiliência da operação”, escreveu a corretora.

Ainda segundo o BBA, o JCP reforça a estratégia da empresa de alocação ideal de capital para os acionistas, ao mesmo tempo em que examina continuamente o mercado em busca de oportunidades.

No começo do ano, a 3R Petroleum (RRRP3) chegou a propor uma fusão com a empresa, mas a operação foi atravessada pela Enauta (ENAT3). Porém, os mercados não descartam que novas propostas cheguem à mesa, no que está sendo visto como uma consolidação do setor.

“O anúncio é consistente com a estratégia da companhia de dividir a remuneração aos acionistas entre juros sobre capital próprio e dividendos, destacando o atual desconto nas ações e resultando em um sólido rendimento de 7%”, discorre.

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PetroReconcavo: Surge uma pagadora de dividendos?

Já o BTG nota que por muito tempo, a RECV foi percebida como uma tese de investimento fortemente baseada no potencial de crescimento inorgânico por meio de fusões e aquisições (M&As).

“No entanto, com o provável fim dos desinvestimentos em campos maduros pela Petrobras (PETR4) e uma abordagem muito cautelosa da gestão e do conselho de administração da RECV em relação às fusões no setor, acreditamos que a empresa gradualmente se tornará uma companhia com retornos crescentes para os acionistas”, explicam.

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Ainda de acordo com o BTG, o fato do capex (investimentos) da RECV também estar se normalizando suporta essa visão, pois a geração de fluxo de caixa para os acionistas deve começar a crescer mais rapidamente a partir de agora.

“Ainda não descartamos alguns gargalos operacionais que podem limitar um crescimento mais rápido da produção nos campos da RECV em breve, mas acreditamos que os investidores têm uma visão favorável em relação os pagamentos mais altos”, dizem.

Os analistas lembram ainda que o pagamento anunciado na quarta-feira é um adiantamento dos resultados de 2024, sugerindo alta confiança da equipe de gestão em relação aos números anuais.

“Não descartamos a possibilidade de pagamentos ainda maiores no futuro”, argumentam.

Por fim, o BTG nota que em meio a um ambiente inflacionário e de alto custo de capital, há preferência por teses que trazem visibilidade da geração de fluxo de caixa para o acionista (e distribuição de dividendos) no curto prazo.

“Por essa razão, nosso sentimento em relação à RECV melhorou ainda mais desde o início do ano. Somos compradores”, completam.