Dividendos de até 76%: As ações que rendem mais que a Selic a 14,75%

O Banco Central bateu o martelo e aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 14,75%.
Com isso, teoricamente, ativos de renda fixa ganham mais atratividade, enquanto ações perdem brilho. Porém, algumas companhias ainda conseguem entregar bons retornos aos seus acionistas que, inclusive, superam a Selic.
A pedido do Money Times, a Elos Ayta levantou os papéis que pagam mais que os juros. Veja abaixo.
Empresa | Ticker | Dividend Yield |
---|---|---|
SYN | SYNE3 | 76% |
Marfrig | MRFG3 | 31% |
JBS | JBSS3 | 20,94% |
Cemig | CMIG4 | 17.79% |
Valid | VLID3 | 17,33% |
Csn Mineração | CMIN3 | 15,22% |
Petrobras | PETR4 | 14,22% |
Usado como referência, o dividend yield (DY) é um indicador que mede o retorno dos dividendos pagos em relação ao preço do ativo.
Se um ativo custa R$ 10 e paga R$ 1,20 em dividendos ao longo do ano, seu DY é de 12%. Quanto maior esse indicador, maior o retorno que o investidor recebe apenas com os dividendos.
Mas há um ponto de atenção: um DY alto pode ser um sinal positivo, mas também pode indicar que o ativo perdeu valor recentemente, o que pode ser um risco.
Isso porque se uma ação que custa R$ 10 e paga R$ 1 de dividendos cair para R$ 5, o DY sobe para 20%. Isso pode ser uma oportunidade, mas também um alerta sobre problemas na empresa.
“Portanto, ao analisar um DY alto, é crucial considerar a sustentabilidade dos dividendos, os fundamentos da empresa ou fundo imobiliário e as razões por trás da queda no preço do ativo”, diz a Rico Investimentos.
Quais ações?
O destaque, de novo, vai para a SYN, antiga Cyrela Properties, com retorno de mais de 70%.
Longe dos holofotes da Petrobras e Vale, a companhia atua na gestão de propriedades, principalmente de shoppings, tento no portfólio nomes como o Shopping Cidade de São Paulo, na Avenida Paulista.
O valor pode estar relacionado, no entanto, a distribuição do capital social. Em dezembro do ano passado, a companhia informou que faria o processo de redução no valor de R$ 560 milhões, correspondente a R$ 3,66 por ação.
O pagamento já foi realizado no dia 18 de dezembro de 2024.
Outros papéis
Além disso, outros papéis também aparecem bem colocadas. Entre eles está a Marfrig (MRFG3). De acordo com Morgan Stanley, o frigorífico segue atrativo, com a ação sendo negociada em 5,4x 2025e EV/Ebitda, em linha a média histórica pré-BRF, mas com o valuation histórico tendo perdido relevância.
O Morgan destaca que o setor de carne bovina nos EUA está em seu momento mais desafiador do ciclo, com margens Ebitda em torno de 2%, abaixo da média de 5% observada em períodos mais equilibrados.
Isso pode levar a uma subestimação do real potencial de lucro e geração de caixa da empresa. Além disso, o banco ressalta que, historicamente, a empresa tem um desempenho superior ao de seus concorrentes nos EUA.
Outro frigorífico, a JBS (JBSS3) despachou um total de R$ 11 bilhões em dividendos em 2024, chegado a um valor por ação de R$ 5, mostra documento enviado ao mercado nesta terça-feira (29).
Além do dividendo mínimo obrigatório, de R$ 6,6 bi, pagos em 07 de outubro de 2024 e 15 de janeiro de 2025, a empresa também aprovou mais R$ 4,4 bi adicionais, correspondente a R$ 2 por ação ordinária.