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Dividendos da Unipar (UNIP6): ‘2022 foi completamente fora da curva’, diz CFO

17 maio 2023, 19:48 - atualizado em 17 maio 2023, 19:48

O ano de 2022 foi atípico para a Unipar (UNIP6) e dificilmente a empresa repetirá a dose em 2023, coloca CFO da companhia, Marco Rabello, em entrevista ao Money Times.

“Falar de projeções é um pouco mais desafiador. 2023 é um ano diferente de 2022. Vamos continuar buscando maximizar, mas dificilmente será um ano que vai bater 2022, que foi completamente fora da curva falando de resultados recorrentes”, afirma.

No ano passado, a empresa pagou mais de 100% do lucro em dividendos, ou R$ 1,2 bilhão. A fabricante, líder na produção de cloro e soda e a segunda maior produtora de PVC da América do Sul, surfou no bom momento dos preços internacionais.

No primeiro trimestre de 2023, a Unipar viu o seu lucro cair 40% ante o mesmo período. A Unipar citou a queda no preço do PVC no mercado internacional para justificar o tombo.

O executivo também observa que a empresa irá elevar os investimentos para este ano, o que pode impactar a distribuição dos proventos.

“2023 será o maior ano de capex (investimentos), vai superar 2022 para valorizar a companhia e gerar mais dividendos para os acionistas. Mas para isso, temos um ano de compromissos superior ao de ano anteriores”, argumenta.

Até o momento, a Unipar assume o compromisso de distribuir 25% dos dividendos, o mínimo obrigatório estabelecido por lei.

“É o que temos nesse momento aprovado. Se tivermos surpresas diversas ao longo do tempo, pode deliberar. Não é o que temos hoje. Vamos ver como seguem os resultados dos próximos trimestres”, coloca.

Investimentos vs dividendos da Unipar

Rabello diz que todos os investimentos aprovados possuem retornos importantes para a Unipar, gerando mais fluxo de caixa e, consequentemente, mais dividendos.

No ano passado, a companhia informou que dobrará a capacidade de produção de cloro de sua nova fábrica em Camaçari, na Bahia.

Para tentar minimizar os impactos enquanto as plantas não ficam prontas, a empresa diz que busca uma estrutura de capital mais eficaz.

“Buscamos tomar dívidas eficientes, tomar dívidas fora do Brasil, porque tomar aqui tem sido muito doloroso, e com isso impactar menos o fluxo de caixa”, argumenta.

Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados há três anos. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.

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