Dividendos da Petrobras (PETR4) zerados? Veja o que esperar dos pagamentos para hoje
A Petrobras (PETR4) divulga os resultados do quarto trimestre de 2022 nesta quarta-feira (1) e, junto com eles, é esperado que a empresa anuncie mais uma rodada de dividendos, como ocorreu nos trimestres anteriores.
Porém, com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva esse pagamento não é dado como certo por analistas, apesar da chance pequena da não distribuição.
Lula e o PT, partido do presidente, são críticos da política massiva de dividendos da estatal das gestões de Jair Bolsonaro e Michel Temer.
Segundo o presidente, inclusive, já há data para mudanças: abril, quando os indicados do governo assumem o conselho da estatal.
O Bradesco BBI divulgou pesquisa que mostrou que 89% de 65 investidores ouvidos acreditam que os dividendos serão declarados, com 53% esperando um valor entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões e 36% entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões.
Já 58% dos participantes acreditam que se o pagamento for abaixo do ideal (abaixo de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões), as ações reagirão negativamente.
75 % dos participantes acreditam que, se um valor alto for declarado, o governo não vai tentar bloquear o pagamento na assembleia ordinária de abril.
“A principal conclusão de nossa pesquisa é que os riscos para as ações nesta fase são direcionados para o lado negativo. Se nenhum dividendo (ou um valor muito pequeno) for declarado, ou se o acionista controlador tentar bloquear o pagamento de dividendos em abril, as ações podem sofrer uma forte reação negativa”, argumentou.
Para o BTG, é possível que a Petrobras não pague dividendos, a depender da rapidez com que a empresa aprove os nomes indicados para a diretoria na gestão de Jean Paul Prates.
Segundo o banco, a maioria das indicações de Prates foi “altamente técnica”, incluindo, na avaliação do banco, o CFO.
“No entanto, com uma equipe de gestão totalmente renovada [são ao todo nove membros na diretoria], esperamos agora que a agenda de Prates mude em alta velocidade”, disse.
Por outro lado, o Santander vê como improvável a não distribuição de dividendos.
“O impacto sobre a ação será positivo se o pagamento de dividendos ultrapassar os 25% do lucro líquido que é precificado na ação; negativo se o pagamento estiver abaixo desse nível ou zero; e neutro se pagar os 25% do lucro líquido definido na lei”, prevê.