Dividendos da Petrobras (PETR4): Quantos bilhões vão cair no bolso após produção do 1T24
A Petrobras (PETR4) abriu para o mercado a sua produção de petróleo e gás do primeiro trimestre de 2024. Os números, em si, não surpreenderam. A estatal viu a sua produção total subir 3,7%, a 2,7 milhões de barris por dia. Apesar disso, houve queda de 5,4% em relação ao quarto trimestre.
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Na bolsa, as ações reagiam de maneira negativa. Por volta das 12h37, o papel ordinário caia 1,35%, enquanto o preferencial recuava 1,04%.
Para os analistas, o recuo em relação ao trimestre passado é natural, visto que a demanda é sazonalmente menor. Além disso, houve atividades de manutenção programada nas plataformas.
A XP destaca que a produção de produtos refinados (-2,5%) e as vendas (-5%) também caíram devido à sazonalidade mais fraca, à maior mistura de biodiesel e às paradas para manutenção.
Já o BofA recorda que no final de fevereiro, o FPSO (tipo de navio-plataforma que pode produzir, armazenar e transferir petróleo e gás natural) Marechal Duque de Caxias deixou o estaleiro de Yantai, na China, com destino ao campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.
“A plataforma, que será o terceiro sistema de produção definitivo do campo, tem entrada em operação prevista para o segundo semestre e tem capacidade para produzir até 180 mil bpd de petróleo e 12 MMm³/d de gás natural”, completa.
Segundo o BTG, a queda de 5% no trimestre está em linha com o esperado e não é uma preocupação. Na verdade, destaca, esses dados poderiam até ser bem recebidos, pois estão 2% acima da orientação do guidance (projeção) para 2024, mesmo com as inúmeras paradas de manutenção durante o trimestre.
“Supondo que haja normalização à frente e adição da plataforma Mero 3 no segundo semestre, acreditamos que as vantagens podem ser ainda maiores”, afirma.
Petrobras: Quanto de dividendos vai pingar?
Na visão da XP, mesmo com a produção mais fraca, a Petrobras ainda pode gerar bom fluxo de caixa livre. Os analistas preveem Ebitda, que mede o resultado operacional, de US$ 13,2 bilhões, queda de 12% devido a menores:
- preços de diesel e;
- volume de vendas, apesar dos preços médios relativamente estáveis do Brent de US$ 82/bbl;
A corretora estima lucro líquido de US$ 4,9 bilhões, também impactado negativamente pela depreciação do real no trimestre.
“Do ponto de vista do fluxo de caixa, prevemos um FCFE de US$ 5,4 bilhões (yield trimestral de 5%), ajudado pelo cash-in de desinvestimentos de cerca de US$ 0,7 bilhão”, coloca
Por fim, a XP vê dividendos de US$ 3,2 bilhões (yield trimestral de 3%) com base na política de 45%.
Para o BTG, a Petrobras terá outro forte desempenho, com os preços do petróleo apenas 1% abaixo do trimestre anterior em reais.
O banco calcula Etibda de US$ 14,4 bilhões, queda de 4% trimestralmente devido ao declínio da produção.
No geral, o BTG prevê geração de caixa de US$ 7,9 bilhões (fórmula de remuneração), o que resultará num pagamento de dividendos de US$ 3,5 bilhões (rendimento de 3%).
“Mais importante ainda, acreditamos que os investidores devem se concentrar no investimento da empresa, pois isso pode fornecer uma boa indicação sobre se a PBR conseguirá cumprir a sua orientação anual”, coloca.
Reforçando a perspectiva do mercado, o Bradesco BBI diz que a queda na produção da empresa, bem como os menores volumes de produtos refinados vendidos no Brasil, já era esperada, já que a Petrobras costuma realizar manutenções durante o primeiro semestre, devido à menor atividade econômica do que na segunda metade do ano.
“Com esses números, esperamos que a Petrobras reporte um Ebitda de aproximadamente US$ 13 a 13,5 bilhões no 1T24”, completa.
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A Ativa, por sua vez, projeta R$ 1,15/ação em dividendos regulares (2,8% de yield). “Apesar da expectativa pela manutenção de um dividendo forte, reforçamos nossa preferência atual por players de O&G que disponham de menor risco político e valuation menos esticado”, completa.
Para o Itaú BBA, a Petrobras vai reportar US$ 13,4 bilhões em Ebitda no trimestre, implicando um pagamento de dividendos de US$ 3,5 bilhões (dividend yield de 3,2%), de acordo com a política de remuneração.
Por fim, o BofA diz que faltam catalisadores para o papel, reiterando a recomendação neutra.
“Uma agenda mais focada no crescimento em energias renováveis (gerando maiores investimentos com menores retornos) e em fusões e aquisições também traz alguns riscos para a tese de investimento da Petrobras”, justifica.
O banco vê os rendimentos mínimos de dividendos inferiores ou iguais aos dos pares para 2025.