Dividendos: As ações que pagarão bons proventos em 2023, segundo Empiricus
2022 foi o “ano dos dividendos” e, para 2023, as expectativas continuam altas, afirma Richard Camargo, analista da Empiricus.
O grande destaque deste ano foi a Petrobras (PETR3; PETR4). A empresa distribuiu recordes históricos de dividendos. Mesmo com o ruído político desde as eleições, o retorno total — que considera o preço da ação e os dividendos — foi de aproximadamente 44% no ano.
Se 2023 for um ano realmente defensivo, com os investidores focados em valuations atrativos e negócios sólidos, as empresas devem incorporar o espírito de boas pagadoras de proventos, diz Camargo.
O analista destaca que, a depender da força da reabertura da economia chinesa, as empresas de commodities podem se destacar entre as principais pagadoras de dividendos. No setor, Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) são players que devem se beneficiar desse cenário.
Além disso, o segmento de utilities, especialmente as empresas de geração e transmissão de energia, costuma ser destaque de proventos.
As melhores pagadoras de dividendos para 2023
Para a Empiricus, as ações favoritas no quesito “dividendos” para 2023 são, em ordem de preferência: BB Seguridade (BBSE3), Gerdau e Eletrobras (ELET3).
BB Seguridade
O analista da casa de análises afirma que a BB Seguridade é uma das melhores recomendações deste ano, com valorização de 76% desde o início de 2022 até 22 de dezembro.
“Os números operacionais da BB Seguridade têm vindo muito sólidos em seguros, com o volume de prêmios crescendo nos principais segmentos, especialmente no agronegócio. As outras verticais, como os negócios de previdência e a corretora de valores, também performaram bem neste ano”, diz Camargo.
Além disso, ambientes de juros altos como o atual, também previsto para 2023, permitem que as seguradoras sejam ainda mais lucrativas por terem portfólios bastante concentrados em renda fixa.
A Empiricus estima um dividend yield acima de 8% para BBSE3 em 2023.
Gerdau
De acordo com Camargo, da Empiricus, a Gerdau é um dos “cases de turnaround no Brasil mais bem sucedidos da última década”.
Nos últimos anos, ela passou por um processo de melhora de governança, uma “desalavancagem brutal” e um racionamento dos seus ativos. Devido à desalavancagem e melhoria operacional, em 2021, a empresa distribuiu R$ 13,8 bilhões e, até o terceiro trimestre de 2022, entregou R$ 13,7 bilhões.
Nos próximos anos, espera-se que a Gerdau ajuste sua política de dividendos, aumente o payout — hoje em 30% — e se consolide como uma das grandes pagadoras de dividendos da B3.
Eletrobras
A Empiricus elege Eletrobras como uma aposta mais ousada, pois, apesar da vocação, ela ainda não é uma das grandes pagadoras de dividendos da Bolsa brasileira.
“Agora privatizada, nossa expectativa é de que a ELET passe por um enorme choque de gestão nos próximos dois anos e isso traga um impacto brutal em sua rentabilidade e, por consequência, nos seus dividendos”, afirma Camargo.
O analista ainda diz que a quantidade de ineficiências existentes na empresa fazem com que haja muito espaço para melhora operacional.
Para 2023, espera-se um dividend yield em torno de 4,5%, mas a Empiricus vê potencial dessa porcentagem superar os dois dígitos em poucos anos.
Petrobras vai pagar bons dividendos em 2023?
A maior pagadora de dividendos de 2022, Petrobras, é também a grande interrogação para 2023.
Na análise da Empiricus, em termos operacionais, a estatal teria tudo para repetir a performance no próximo ano.
O ponto, no entanto, é se o novo governo vai de fato implementar mudanças em sua política de investimentos, com impacto direto no que sobra para distribuir em dividendos aos acionistas.