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Dividendos aristocratas: Quais empresas da bolsa brasileira se encaixam nesse índice?

22 nov 2022, 17:10 - atualizado em 22 nov 2022, 17:10
Renda Fixa
“No Brasil, não conseguimos de forma fidedigna replicar o índice Dividendos Aristocratas para as ações listadas na B3”, diz o colunista (Imagem: Pixabay/ StockSnap)

O índice de dividendos aristocratas da S&P é basicamente um ranking onde entram somente empresas que pagam dividendos consecutivamente e crescentes por mais de 25 anos.

São empresas com um bom histórico e que tem resultados sólidos e compromisso em remunerar seu acionista pelo capital investido. A série inclui o S&P 500 Dividend Aristocrats, o S&P Global Dividend Aristocrats e o S&P High Yield Dividend Aristocrats.

Apesar do critério para as empresas americanas entrarem nesse índice ser de, no mínimo, 25 anos de pagamentos crescentes e consecutivos, muitas têm um histórico maior, de pelo menos 40 anos. Segue abaixo as 10 com maior histórico:

Dentre os nomes que figuram na listagem, destaca-se que a maioria é formada por companhias que já têm sua marca consolidada no mercado, contam com grandes vantagens competitivas e que, provavelmente, tendem a continuar por um longo tempo como líder de mercado, como Coca-Cola, Johnson & Johnson e Colgate.

Nos Estados Unidos ainda existe a possibilidade de investir em todas as empresas que compõem o índice de forma passiva através de um ETF.

Como essa indústria é muito grande no país, existem diversos ETF’s que replicam esse índice, com taxas de administração diferentes.

Um exemplo para quem tem curiosidade em saber mais e pesquisar, é o NOBL da Instituição ProShares, que oferece o ETF com uma taxa de administração bem atrativa e tem bastante liquidez na bolsa americana.

Para termos uma ideia do retorno que esse índice gerou, nos últimos 10 anos o índice que representa os dividendos aristocratas, S&P 500 Dividend Aristocrats, teve uma rentabilidade média de 10,73% ao ano, abaixo do retorno do S&P que foi de 11,60%.

No Brasil, não conseguimos de forma fidedigna replicar o índice Dividendos Aristocratas para as ações listadas na B3.

Primeiramente, porque não temos o histórico de longevidade igual à da bolsa americana. Além disso, nosso mercado ainda não é tão desenvolvido quanto. No entanto, adotamos alguns critérios para criar o índice “Tupiniquim”. 

Os critérios foram os seguintes: 

  • 10 anos distribuindo dividendos consecutivamente
  • Empresas com liquidez maior que R$ 500 mil
  • Crescimento dos dividendos nos últimos 10 anos maior que 0%

Com base nestes fatores, chegamos à seleção de 10 empresas com maior crescimento de dividendos que compõe os dividendos aristocratas brasileiros:

Podemos notar que a carteira brasileira fica bem diversificada com diferentes setores em sua composição. Outra questão que chama a atenção é sua elevada rentabilidade total.

Sem a inclusão dos dividendos, o ganho fica em 270,07% em 10 anos.

Já incluindo os dividendos distribuídos por essas companhias, a valorização chega a 511,74%. Os dividendos da seleção contribuíram e muito para rentabilidade, mesmo quando não reinvestidos.

Algumas empresas se destacaram bastante como a WEG (WEGE3) e a Ferbasa (FESA4) e outras tiveram uma rentabilidade abaixo da média da bolsa, como a Dexco e a DASA. O Ibovespa obteve uma rentabilidade de 97,1% no período analisado.

Apesar de a carteira ter tido algumas empresas que perderam para o Ibovespa e foram, de certa forma, detratoras para a carteira, as “vencedoras” superaram e muito e compensaram esses “erros”. As diferentes rentabilidades demonstram a importância da diversificação na carteira.

Provavelmente o ganho dos últimos 10 anos das aristocratas brasileiras não irá se repetir no futuro para essas empresas.

É importante observar que esta análise é de “retrovisor” e não futurista. Mas, tais empresas devem estar no radar do investidor por conta da remuneração atrativa de dividendos e, por conta disso, contam com uma perspectiva positiva de retorno futuro.

Outro ponto que sempre devemos ter em mente é o reinvestimento dos dividendos para aproveitar dos juros compostos, ou como o bom velhinho de Omaha gosta de falar, a bola de neve.

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