Dividendos à vista? IRB (Re) (IRBR3) é o novo ‘queridinho’ do JP Morgan entre as resseguradoras
O JP Morgan elevou a sua recomendação do IRB (Re) (IRBR3) de venda (underweight) para compra (overweight), apostando em reprecificação e dividendos da companhia. O preço-alvo para 2026 foi revisado de R$ 54 para R$ 64 por ação, com potencial de valorização de cerca de 33%.
Segundo o banco, as ações da resseguradora subiram cerca de 13% no ano, abaixo do Ibovespa, que avança aproximadamente 31%, e do MSCI Financials Brasil, que sobe 47%, em reais. Apesar dos múltiplos esticados em várias ações após o rali do ano, os analistas apontam que o IRB ainda tem espaço relevante para reprecificação.
O crescimento dos prêmios emitidos tem sido o principal ponto de atenção dos investidores, e a expectativa é de alguma recuperação do IRB (Re) em 2026. “Mesmo se o negócio não entregar crescimento — o que é um risco real — acreditamos que os investidores serão bem remunerados via dividendos”, afirma o JP Morgan no relatório.
O payout (proporção do lucro líquido que a empresa distribui aos acionistas) pode ser beneficiados por:
- forte geração de capital orgânico excedente, impulsionada por RoTE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Tangível) acima de 20% e necessidade limitada de capital marginal em um cenário sem crescimento de prêmios;
- maior lucro caixa distribuível, favorecido pelo uso de créditos tributários;
- índice de solvência confortável, projetado para encerrar 2025 acima de 260%.
A projeção do banco indica que o IRB poderá distribuir 50% do lucro em 2026, 75% em 2027 e 90% em 2028, levando a dividend yields de 8%, 13% e 18%, respectivamente. “O IRB passa a ser nosso nome preferido entre as seguradoras”, acrescenta o JP Morgan.
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Queda nos prêmios do IRB (Re) em 2025
Os prêmios emitidos recuaram 10% no acumulado de 2025, principal motivo de cautela dos investidores. No entanto, o crescimento foi afetado pela perda de prioridade em alguns segmentos, como vida e aviação.
Excluindo vida, por exemplo, os prêmios teriam caído apenas 2% até o momento. A partir do primeiro trimestre de 2026, a expectativa é de que uma base comparável mais fraca leve o crescimento dos prêmios de volta ao terreno positivo, com alta projetada de +5% em 2026, segundo o JP Morgan.
Por outro lado, um agronegócio brasileiro mais fraco e um possível afrouxamento do mercado podem representar riscos para essa recuperação da receita.
Para 2026, há diversas discussões regulatórias com viés positivo para o IRB. A mais relevante, segundo o banco, é a reforma do IVA, que elimina o imposto sobre a receita de resseguro, podendo impactar positivamente o lucro por ação em 10% a 20% a partir de 2027.
“Vemos uma tese fortemente baseada em fundamentos, menos dependente de juros ou do cenário eleitoral. É verdade que o resultado financeiro representa uma parcela relevante do lucro antes de impostos (90% em 2026). Porém, o portfólio local está rendendo cerca de 12,2% no acumulado de 2025, e não esperamos que a Selic média fique muito abaixo desse patamar no próximo ano”, destacam os analistas.