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Dividendos: A grande pagadora de proventos de 2023 será… (veja se você adivinha)

30 nov 2022, 12:28 - atualizado em 30 nov 2022, 13:58
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Dividendos em alta: Alupar reformulou sua política de distribuição de resultados (Imagem: Divulgação/ Alupar)

No mundo dos investimentos, o foco do investidor é sempre em ter uma rentabilidade positiva e auferir lucros. Nesse contexto, existem algumas formas de remuneração do patrimônio do acionista via mercado de ações:

(1) Ganho de capital: o primeiro e mais óbvio é a multiplicação de capital. Ao comprar um ativo por um determinado preço e vender por um preço maior, o acionista ganha nesta diferença, auferindo um ganho de capital;

(2) Proventos (dividendos, JCP, etc.): por lei, as empresas devem repassar no mínimo 25% de seus lucros aos acionistas. Empresas mais consolidadas e boas geradoras de caixa normalmente distribuem mais do que esse patamar e constituem-se como boas pagadoras de proventos, que é outra forma de remuneração ao acionista;

(3) Recompra de ações: essa também é outra forma de remuneração interessante. Quando os executivos enxergam uma discrepância entre o preço de tela e quanto eles acreditam que valha o negócio, eles podem recomprar sua própria ação. Uma vez que a recompra é realizada, a companhia pode cancelar essas ações ou custodiá-las para uma posterior venda e/ou utilização como moeda de troca em futuras transações.

(4) Outros instrumentos como bonificações e subscrições também podem ser utilizados como forma de remuneração aos acionistas.

Dividendos: todo mundo gosta

Nesta edição do “Entre Altas e Baixas”, focarei na remuneração de patrimônio via proventos (dividendos e JCP), visto que esse é um tema recorrente entre grande parte dos investidores.

Em clima de Copa do Mundo, as empresas boas pagadoras de dividendos se assemelham com o perfil do zagueiro artilheiro, isto porque, empresas que possuem esse perfil são normalmente mais defensivas, mas o bom fluxo de pagamentos faz com que elas também se apresentem como uma boa opção para aumentar a rentabilidade de um portfólio de investimentos.

Além disso, possuem forte geração de caixa, previsibilidade e baixa volatilidade de seus resultados. Por estarem em um estágio de maturidade do negócio, possuem menor risco de operação do que a média e um endividamento controlado.

Normalmente, os setores de energia elétrica e serviços financeiros concentram uma boa dose das boas pagadoras de dividendos da nossa Bolsa. Empresas como Taesa (TAEE11) e Santander (SANB11) são bons exemplos. A expectativa é que neste ano paguem 15% e 8%, respectivamente.

E surge uma nova boa pagadora de dividendos: Alupar (ALUP11)

A Alupar é uma holding de controle nacional privado e atua nos segmentos de transmissão e geração de energia elétrica, controlando diversas empresas no Brasil e com presença também na Colômbia e no Peru.

No segmento de transmissão de energia, responsável por mais de 70% do faturamento, a companhia possui uma concessão de 30 sistemas de transmissão, totalizando 7.929 quilômetros de linhas de transmissão, por meio de concessões de 30 anos, contratadas através de leilões.

Além da extensa operação, a Alupar é uma das maiores em termos de receita anual permitida (RAP), que consiste na remuneração que as transmissoras recebem pela prestação do serviço público de transmissão aos usuários.

Esse segmento é um dos mais resilientes do setor, pois o recebimento da RAP depende da disponibilidade das linhas, e não do volume de energia transportado. Além disso, as receitas são reajustadas anualmente com base na inflação, medida pelo IGP-M ou IPCA. Assim, a Alupar possui um fluxo estável de receitas que proporcionam uma fonte previsível de recursos para sustentar os investimentos futuros.

No segmento de geração de energia, que corresponde a cerca de 30% do faturamento total, a Alupar atua com usinas hidrelétricas (UHEs), pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), parques eólicos e solares, totalizando 821,5 megawatts (MW) de capacidade instalada entre projetos em operação e em implementação/construção.

Constituída em 2007, a empresa passou por longos ciclos de crescimento nos últimos anos, participando de leilões e com uma agenda de M&A aquecida, de modo a se consolidar como um dos players mais importantes do segmento no Brasil.

Agora, com grande parte dos investimentos dos projetos já desembolsado, a empresa muda de estágio e, ao invés de reinvestir o caixa gerado em novos projetos, passará a redistribuí-lo para seus acionistas.

Em nossa visão, essa mudança a transformará em um dos grandes players de dividendos para o ano que vem (e para frente). O primeiro passo que sinaliza essa mudança de perfil da companhia já foi dado nas últimas semanas.

A nova política de dividendos

Basicamente, foram realizadas três mudanças em sua política de dividendos:

1 – A companhia remunerará os seus acionistas em montante equivalente a, no mínimo, 50% do lucro líquido regulatório (resultado que melhor expressa o seu fluxo de caixa);

2 – Foi alterada também a frequência de distribuição dos dividendos, que passou de anual para trimestral;

3 – O prazo máximo para o pagamento será de 60 dias contados da data da deliberação de cada distribuição.

Com esses ajustes em sua política de dividendos e o novo estágio de maturação da companhia, acredito que a Alupar (ALUP11) tem tudo para se tornar uma grande distribuidora de dividendos, tal qual seus pares do segmento. A animação do mercado com a notícia foi tamanha que os papéis subiram mais de 3% no pregão seguinte à divulgação.

Dito tudo isso, se você estava em busca de um papel de dividendos para complementar a sua carteira de investimentos, Alupar (ALUP11) pode ser uma boa pedida.

*Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ e com MBA de Finanças pela mesma instituição, Fernando Ferrer atua na Empiricus como analista de investimentos há 5 anos. Atualmente, é responsável pela série best-seller As Melhores Ações da Bolsa e faz parte da equipe que comanda o Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa. Colunista da newsletter Day One, Fernando passou a integrar o time de colunistas do Money Times com sua série quinzenal Entre Altas e Baixas.

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