Política

Dividendo extraordinário da Petrobras melhoraria contas, mas não contamos com isso, diz Haddad

11 mar 2024, 19:52 - atualizado em 11 mar 2024, 20:02
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Dividendos extraordinários da Petrobras: Haddad afirmou que decisão de segurar os recursos não é “nenhum problema” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que eventual distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR4) melhoraria as contas do governo, mas ponderou que a pasta não está contando com esses recursos em suas contas e que a decisão de segurar os recursos não é “nenhum problema”.

Em entrevista a jornalistas após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Haddad afirmou que a petroleira decidiu colocar os recursos em reserva enquanto processa as informações necessárias para ter segurança sobre o “balanço entre distribuição e investimentos”.

“No Orçamento da União o que consta de receita são os lucros ordinários, a Fazenda não fez um Orçamento contando com distribuição de dividendos extraordinários. Se eles vierem a ser distribuídos, melhora as nossas condições, mas não estamos dependendo disso para performar”, disse.

O ministro fez declaração em linha com discursos recentes de Lula ao afirmar que a Petrobras vinha desinvestindo no governo anterior, vendendo patrimônio abaixo do valor de mercado e “distribuindo como dividendo um patrimônio que é do povo brasileiro”. Haddad ressaltou que a petroleira trabalha em um plano de transição ecológica.

“É um sopesamento que precisa ser feito para que a companhia produza os melhores resultados para si própria e os melhores resultados para o desenvolvimento do país”, afirmou.

Silveira, que falou à imprensa ao lado de Haddad, afirmou ainda que o governo não perdeu a visão sobre a necessidade de dar previsibilidade aos investidores.

Mais cedo nesta segunda, antes da reunião com os ministros, Lula disse em entrevista ao SBT que a Petrobras não tem de pensar apenas nos seus acionistas, defendendo que recursos destinados a dividendos sejam transformados em investimentos.

O presidente disse que a petroleira tem de pensar nos 200 milhões de brasileiros “sócios” da empresa, e não pode ficar presa à “choradeira do mercado”.

“Se eu for atender apenas à choradeira do mercado, você não faz nada, porque o mercado, vou contar uma coisa para vocês, o mercado é um rinoceronte, um dinossauro voraz, ele quer tudo para ele e nada para o povo.”