Economia

Dívida pública federal cresce 2% em novembro, diz Tesouro

26 nov 2019, 14:35 - atualizado em 20 dez 2019, 14:36
A variação da dívida mobiliária interna no mês passado refletiu uma emissão líquida de 41,81 bilhões de reais (Imagem: Pixabay)

A dívida pública federal do Brasil subiu 2,05% em novembro sobre outubro, a 4,205 trilhões de reais, divulgou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira.

No mesmo período, a dívida pública mobiliária federal interna teve avanço de 1,71%, a 4,034 trilhões de reais.

Para o ano, a meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) é de um estoque da dívida entre 4,1 trilhões de reais a 4,3 trilhões de reais.

A variação da dívida mobiliária interna no mês passado refletiu uma emissão líquida de 41,81 bilhões de reais e apropriação positiva de juros de 25,96 bilhões de reais.

Já a dívida pública federal externa teve alta de 10,86%, encerrando o mês em 171,51 bilhões de reais.

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Composição

No mês passado, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, a 39,27% do total, sobre 39,38% em outubro. A participação está dentro do intervalo da meta do PAF, de 38% a 42%.

Já os títulos prefixados avançaram a 30,63% da dívida, ante 30,42% no mês anterior, frente a uma meta de 29% a 33% para 2019.

Já os títulos prefixados avançaram a 30,63% da dívida (Imagem: Pixabay)

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, reduziram a fatia sobre a dívida para 25,83% da dívida total, ante 26,27% em outubro, sendo que a referência para este ano é de 24% a 28%.

No relatório mensal da dívida, o Tesouro também informou que a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna caiu a 11,11% em novembro, sobre 11,33% em outubro.

Conjuntura

Discorrendo sobre o ambiente macroeconômico global em dezembro, o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Roberto Lobarinhas, destacou a revisão positiva da nota de crédito do país pela agência Standard and Poor’s, além da sinalização de retomada do crescimento doméstico.

“Tudo isso reforça, reafirma, estarmos indo em um bom caminho, o que nos leva a crer que isso vai favorecer o investimento estrangeiro no país”, disse.

O Banco Central divulgou nesta sexta-feira que os investimentos diretos no país (IDP) somaram 6,985 bilhões de dólares em novembro, abaixo da projeção de analistas, de 7,5 bilhões de dólares. Para dezembro, a estimativa do BC é de IDP de 11 bilhões de dólares, dos quais já ingressaram 8,4 bilhões de dólares no mês até dia 18.

Lobarinhas também mencionou o risco-país brasileiro de cinco anos, mensurado pelo Credit Default Swap (CDS), que chegou a atingir uma mínima em nove anos, de 96,80 pontos-base, nesta semana.

Também nesta semana, a bolsa brasileira bateu sucessivos recordes históricos, e o dólar chegou a cair para os menores níveis desde o começo de novembro.

Mercados, de forma geral, foram beneficiados pelo acordo entre Estados Unidos e China. Os protestos, na América Latina, também tiveram intensidade menor, o que favoreceu”, analisou, relacionando a perfomance do risco-país a esses eventos.

Ele lembrou, contudo, que em novembro as taxas de juros de mercado –referência para a definição dos retornos nas vendas de títulos públicos– subiram, devolvendo parte da queda de outubro.

As Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F) –papéis prefixados com vencimentos mais longos– saíram à taxa média de 6,78% ao ano em novembro (vencimento 2029), acima do patamar de 6,71% de outubro. Em três leilões de venda em dezembro, a taxa média das emissões já subiu para 6,85%.