Dívida pública federal cai 0,51% em setembro, diz Tesouro
A dívida pública federal do Brasil caiu 0,51% em setembro sobre agosto, a 5,752 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, em mês com melhora nos dados de custo e prazo dos títulos, mas redução significativa do colchão de liquidez do país.
No período, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 0,72%, a 5,496 trilhões de reais.
De acordo com o Tesouro, a redução do estoque da dívida foi explicada por um resgate líquido de 76,38 bilhões de reais e uma apropriação positiva de juros no valor de 47,22 bilhões de reais.
Segundo o órgão, setembro foi marcado por fortes ajustes nos mercados externos, diante da atuação dos principais bancos centrais para conter a inflação, com apostas de que os Estados Unidos continuarão a elevar juros.
Com o cenário adverso, o CDS (credit default swap) do Brasil, que mede o risco relacionado ao país, subiu 11,76%, a 312 pontos base. Por outro lado, o Tesouro informou que a curva de juros futuros do país perdeu nível e inclinação “refletindo expectativas de fim do ciclo de aperto monetário no Brasil”.
O custo médio do estoque da dívida pública federal acumulado em 12 meses caiu, passando de 10,63% ao ano em agosto para 10,47% no mês passado.
Na dívida interna, o custo do estoque recuou de 10,89% ao ano para 10,80%. A dívida externa, por sua vez, registrou redução de 4,53% para 3,17% ao ano.
Em relação às novas emissões de títulos da dívida interna, o custo médio também caiu, indo de 11,88% para 11,71% ao ano.
No período, também houve um alongamento do prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 4,02 anos, ante 3,96 anos registrados em agosto.
Em relação ao colchão de liquidez para pagamento da dívida pública, houve uma redução de 10% em agosto, a 1,031 trilhão, refletindo principalmente o resgate líquido de títulos no mês. O montante ainda é suficiente para quitar 9,55 meses de vencimentos de títulos, valor considerado confortável pelo Tesouro –em agosto, estava em 10,24 meses.
Para o mês de outubro, o Tesouro vê cenário com aumento das preocupações com o risco de recessão global, diante da persistência inflacionária nos Estados Unidos e a instabilidade política no Reino Unido, além das tensões geopolíticas.
Neste mês, o CDS do Brasil caiu 7,56%, a 288 pontos base, mas a curva de juros local teve alta nos vencimentos curtos e médios refletindo “deflação menor que a esperada”, enquanto os vencimentos longos apresentaram estabilidade.
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