Dívida dos governos da América Latina é resiliente a pressões externas, diz Fitch
A dívida soberana dos governos da América Latina oferece alguma resiliência em relação às pressões externas esperadas para o próximo ano, mesmo com a desaceleração da economia global, disse a agência de classificação de risco Fitch Ratings na terça-feira.
Em uma nota, a Fitch observou que os aumentos agressivos dos juros pelo Federal Reserve, seguidos por muitos bancos centrais latino-americanos, deverão ajudar a conter a inflação alta na região.
“O desempenho fiscal melhor do que o esperado em 2022 ajudará os soberanos da América Latina a navegarem em condições internacionais cada vez mais adversas no próximo ano”, escreveu a Fitch em sua nota.
Uma das três grandes agências de classificação de risco, a Fitch argumentou que a possibilidade de uma recessão “leve” nos Estados Unidos impactará negativamente o México, além de alguns países da América Central e do Caribe. O impacto esperado se deve aos profundos laços comerciais e financeiros com a economia norte-americana, além das pesadas remessas enviadas pelos imigrantes para seus países.
A desaceleração da economia chinesa deve pesar sobre os países da América do Sul, segundo a Fitch, já que eles dependem fortemente das exportações de commodities para o gigante asiático, especialmente grãos e metais.
A Fitch também destacou o risco do que descreveu como “intervenção microeconômica” por parte de alguns dos partidos políticos de centro-esquerda e esquerda da região, que vêm em uma série de vitórias nos últimos anos, apontando o México como exemplo.
A agência acrescentou que as políticas econômicas e de outros gastos no Chile e na Colômbia, onde a esquerda chegou ao poder nas eleições no início deste ano, também alimentam a incerteza, semelhante à Argentina, onde prevalecem as dúvidas antes das eleições do próximo ano.