Dívida dos EUA está ‘por um triz’ de rebaixamento
Os EUA estão mais próximo de terem sua dívida soberana rebaixada. Quem faz o primeiro movimento nesse sentido é Fitch, uma das três principais agências de nota de crédito do mundo.
Em decisão divulgada ontem, a agência pôs uma observação negativa ao rating AAA dos EUA. A Fitch disse esperar que os representantes políticos consigam encontrar um acordo antes do início de junho, a data que coincidiria com o fim da reserva do Tesouro.
A agência enxerga que o governo americano poderá ser obrigado a repriorizar pagamentos, um cenário indesejável para a estabilidade dos mercados. Além disso, os avaliadores entendem que o emprego da 14º emenda pelo presidente americano, Joe Biden, provavelmente levaria a um rebaixamento da nota.
O calote nos títulos da dívida no tempo deve ser acompanhado de um corte da classificação IDR para “RD”. Ademais, títulos com maturação de curtíssimo prazo (em 30 dias) seriam reduzidos para CCC, ao passo que as T-Bills de mais de um mês cairiam para “C”.
EUA repete script de 2011
Assim como se desenha agora, a falta de um “lugar comum” entre os dois partidos fez com que a S&P rebaixasse, pela primeira vez da história, a nota da dívida americana de longo prazo; passou do patamar máximo, AAA, para AA+.
A nota AAA permite que o governo dos EUA tome emprestado recursos a uma taxa de juros mais baixa, uma vez que o governo é considerado estável e seus títulos seguros. O downgrade, mesmo que efêmero, desferiu um dano de US$ 1,3 bilhão em aumento do custo da dívida.
Naquele ano, Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, relembra que o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos gerou uma reação de extrema aversão ao risco nos mercados.