Dívida do Brasil está perto de nível “inquietante”, alerta Goldman Sachs
Dado os lentos progressos na consolidação orçamental, o quadro da dívida pública brasileira deve continuar a deteriorar-se até que o nível bruto se aproxime de “inquietantes” 80% do PIB antes de se estabilizar, avalia o economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
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Em dezembro, a dívida bruta – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 5,272 trilhões ou 76,7% do PIB, com redução de 0,6 ponto percentual na comparação com novembro.
O setor público consolidado, formado pela União, os estados e municípios, encerrou 2018 com saldo negativo nas contas públicas, de acordo com dados divulgados hoje (31) pelo Banco Central (BC). O déficit primário, receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros, ficou em R$ 108,258 bilhões, o que corresponde a 1,57% do PIB.
“No geral, o quadro fiscal continua muito fraco, apesar do esforço nos últimos dois anos para conter os gastos discricionários e a significativa redução do investimento público. Um ajuste fiscal estrutural profundo, permanente e grande continua a ser prioridade na agenda política para restaurar o equilíbrio interno e externo”, ressalta Ramos.
A principal reforma, a da Previdência, enfrentará um grande teste nas próximas semanas. A proposta a ser enviada ao Congresso Nacional e deverá fixar a idade mínima de aposentadoria em 62 anos para homens e 57 anos para mulheres. As eleições para a presidência da Câmara e do Senado devem dar o tom da recepção dos parlamentares ao projeto do Executivo.