Coluna do Vicente Guimarães

Diversificar é importante, desde que feita da forma correta

13 jun 2024, 18:08 - atualizado em 13 jun 2024, 18:08
ovos páscoa
(Imagem: Pixabay/skoddeheimen)

Todo investidor já ouviu que o mais seguro é não colocar todos os ovos na mesma cesta. O correto é diversificar comprando ações de diferentes empresas e de diferentes segmentos.

De nada adianta ter dez ativos diferentes, mas todos do varejo, por exemplo. Se algum problema macroeconômico prejudicar esse ramo, todos os papéis vão se desvalorizar.

O ideal é ter alguma coisa do varejo, da área de mineração, de petróleo, bancos, serviços públicos e por aí vai. Dessa forma, se uma empresa ou setor não estiver em um bom momento e cair, a valorização das demais vai segurar e manter sua carteira rentável.

Mas quando a gente fala em diversificação, muita gente fica insegura no que diz respeito à quantidade. Afinal, quantos ativos são necessários ter para se certificar que o portfólio é realmente diversificado. Tem gente que aposta em 50 a ou 60 ações.

Tem quem pense que são necessárias 200 ações distintas para a carteira ter um nível de diversificação adequado. O investidor até pode ter essas quantidades, mas não é necessário tanto assim. Aliás, diversificar por diversificar também não é recomendado.

Explico melhor. Se ao comprar uma ação o investidor tiver a certeza de que fez um bom negócio, ou seja, pagou barato, tudo bem. E por quê? Simples. Quem compra com preço baixo consegue adquirir uma quantidade maior de ações. E isso é fundamental porque lá na frente, por ter mais ações ele receberá mais dividendos.

A preocupação que as pessoas têm, ou melhor dizendo, essa dúvida entre diversificar ou concentrar, é válida e tem muita lógica.

Porém, tudo deve ser feito de maneira planejada e com inteligência. Diversificar comprando ações caras ou baratas, mas de companhias com fundamentos ruins tende a ser um péssimo negócio.

Agora, procurar a ação certa, com preço baixo e de empresas sólidas, que pagam bons dividendos, é o caminho a ser trilhado.

E quando o investidor tem esse trabalho de pesquisar antes de adquirir o papel, a diversificação vai ocorrendo naturalmente. Pode até não ter tantas ações como citado acima, mas terá um portfólio pulverizado e de boa qualidade. E qualidade é tudo.

Um conselho para quem busca ativos de qualidade com preços bons é tomar cuidado com o excesso de informação.

Parece contraditório porque informar-se é necessário, porém, é preciso saber filtrar aquilo que está entrando em nossos ouvidos. Todo dia é dia de notícia, não é? São dezenas de jornais e sites querendo cliques. Eles vivem disso – pelo menos boa parte deles – e buscam sempre as notícias mais bombásticas, mais polêmicas, que atraem audiência.

Isso acaba assustando muito o investidor iniciante que é bombardeado todo dia por notícias de todos os lados. Geralmente negativas, o que é péssimo, pois só serve para alimentar a incerteza e o medo. Já vi muitos desistirem por isso.

Pare de ficar olhando notícias o tempo todo. Não se baseia no que dizem, mas na análise que você ou que seu assessor financeiro fez. Essa avaliação é a que vale para a tomada de decisão.

Coloque uma coisa na cabeça, ações oscilam o tempo todo. A cada 15 minutos, a cada semana, a cada mês ou a cada ano. Se o investidor pegar qualquer um desses períodos, comprovará que o mercado de ações é naturalmente volátil.

Porém, investimento em ações não é uma coisa pontual. É algo para a vida toda. Para os filhos, para os netos. Quem investe corretamente tem tudo para passar pela bolsa de forma tranquila e ainda levar essa tranquilidade para a terceira idade e deixar de herança para filhos e netos.